A jornalista Heloisa Villela, com mais de três décadas de experiência em cobertura internacional e análise política, será a convidada do programa DR com Demori, que vai ao ar nesta terça-feira, às 23h, na TV Brasil. Na conversa, ela relembra os tempos de correspondente em Nova York, destacando momentos marcantes como o atentado de 11 de setembro às torres do World Trade Center, além de analisar a conjuntura política dos Estados Unidos nas últimas décadas e comentar o cenário brasileiro na atualidade.
Heloisa Villela começou sua trajetória sem grandes planos de carreira internacional. Aos 25 anos, decidiu passar um ano fora do Brasil, apenas para viajar, ganhar experiência e aprender inglês. Ao chegar a Nova York, recebeu a recomendação do então chefe do jornal O Globo para propor trabalhos eventuais ao veículo. Uma das primeiras reportagens foi sobre um show de Gilberto Gil, em que conseguiu uma entrevista exclusiva com o cantor, que virou matéria de capa.
A jornalista recorda com emoção o dia do atentado de 11 de setembro. Estava em casa com seu filho recém-nascido quando o marido ligou avisando para ligar a televisão. “Peguei o pequeno, botei umas fraldas, o berço portátil e corri para o trabalho. Foi uma coisa muito surreal”, conta. Além do 11 de setembro, Heloisa cobriu outros grandes eventos, como o Furacão Katrina, o terremoto no Haiti e diversas eleições presidenciais norte-americanas.
Após anos dedicados ao jornalismo internacional, Heloisa retornou ao Brasil, motivada pelo desejo de ter uma conexão mais profunda com o resultado do seu trabalho. “Entrei na faculdade de jornalismo porque achava que podia fazer modificações importantes na vida das pessoas, e nunca ia fazer isso nos Estados Unidos”, afirma. Atualmente, é comentarista de política do portal ICL Notícias, em Brasília, onde defende o papel essencial do jornalismo para a democracia e para a vida das pessoas.
Heloisa Villela também compartilhou críticas ao alinhamento da grande mídia, especialmente em coberturas sobre conflitos internacionais, como o que ocorre entre Israel e Palestina. Para ela, não há equilíbrio diante de barbáries e genocídios, e o jornalismo precisa estar atento aos fatos e às histórias das pessoas afetadas. “Estas pessoas existem e têm uma escassez absoluta de pessoas que as ouçam”, ressalta.
Com uma trajetória marcada por coberturas históricas e análises profundas, Heloisa Villela continua sendo uma das vozes mais respeitadas do jornalismo brasileiro, sempre buscando aproximar o público dos acontecimentos que moldam o mundo.

