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Deputados pedem investigação federal sobre megaoperação no Rio

Uma megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro, na terça-feira, 28 de outubro, resultou no maior número de mortos em uma ação desse tipo na história do estado, com um total de 121 vítimas fatais. A operação, denominada Operação Contenção, foi deflagrada nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio, com o objetivo de conter o avanço do Comando Vermelho (CV) sobre 26 comunidades da capital fluminense. A ação contou com a participação de 2,5 mil agentes civis e militares.

Entre os mortos, estavam 4 policiais e 117 suspeitos. Além disso, a operação resultou na apreensão de 118 armas, incluindo 91 fuzis, 26 pistolas e um revólver, além de 14 explosivos, milhares de munições e toneladas de entorpecentes.

A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados anunciou que irá solicitar uma investigação federal para apurar as circunstâncias da operação. O presidente da Comissão, Reimont, defendeu a necessidade de uma perícia independente, não ligada ao governo estadual, para garantir transparência. Ele classificou a operação como um “crime de Estado”, destacando que o Estado não pode agir como juiz e executor, especialmente em um país onde não há pena de morte.

O deputado Otoni de Paula também apoiou a federalização das investigações, considerando a operação “desastrosa” e com um forte cunho político. Ele ressaltou a importância de uma perícia independente, sugerindo que a Polícia Federal deveria participar do processo.

Além disso, a Comissão Especial de Favelas e Periferias da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro protocolou uma representação pedindo a transferência de competência para a Procuradoria-Geral da República. A presidente da Comissão, Renata Souza, caracterizou a operação como um “massacre” e uma “chacina”, que violou brutalmente os direitos fundamentais da população favelada. Ela defendeu a necessidade de uma intervenção externa e imparcial para garantir a preservação de vestígios periciais e registros audiovisuais.

O presidente Lula, que estava fora do Brasil na época da operação, ficou estarrecido ao saber do número de mortos e expressou surpresa com a falta de comunicação do governo estadual ao governo federal sobre a operação.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)