A derrota sofrida na justiça pelo prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, nesta terça (23), é uma lição importante para todos os políticos e gestores públicos, com saúde não de brinca, ainda mais durante uma pandemia!
Prevaleceu o princípio da universalidade do atendimento e do direito constitucional a saúde, que é obrigação de todos os entes federados. Não se cria obstáculos para salvar uma vida!
O “cavalo de batalha” criado pelo prefeito, em torno da regulação dos leitos COVID do município, são um dos mais tristes episódios desta pandemia. Contemporizar e minimizar é corroborar com o erro. É errar junto.
Negar leitos para pacientes de outros municípios do Estado é uma passagem triste na biografia deste que será um dos grandes políticos do seu tempo, estando inclusive na linha de aspirantes ao Palácio da Redenção. Será governador um dia e precisa pensar grande e aprender a fazer política com “P” maiúsculo.
Politica é sacerdócio. É antes de tudo amor ao próximo, compaixão, sentir o sofrimento alheio e ter o poder de agir para diminuí-lo.
Enquanto a batalha político/jurídica se arrastou pela imprensa e pelos tribunais, a Paraíba perdeu mais de 40 pessoas por dia. Chegou a constar na lista de espera por leitos, mais de 60 pacientes. Quantas dessas mortes poderiam ter sido evitadas?
A pandemia vai passar, as vacinas estão aos poucos chegando, logo todos estarão vacinados e seguiremos em frente voltando a normalidade da vida moderna. O que ficará deste período difícil é o aprendizado e o caminho que escolhemos para seguir, nossa postura diante da crise.
Para quem escolheu o caminho do oportunismo de conveniência, do discurso fácil do negacionismo de ocasião, a história será implacável. Aos outros, que se dispuseram a ajudar os mais vulneráveis a passar por essa tempestade, esses serão lembrados e colherão os frutos de um novo futuro que nascerá após a pandemia.
Qual caminho Bruno irá seguir? Só o tempo dirá!
Por J. Laurentino
Esse texto foi recebido por colaboração independente e não reflete, necessariamente, a opinião do Portal NegoPB.