Neste sábado, 8 de novembro, o Ministério da Saúde realiza em todo o Brasil o Dia D nacional de combate ao mosquito Aedes aegypti, vetor das arboviroses dengue, Zika e chikungunya. A mobilização faz parte da nova campanha “Não dê chance para dengue, Zika e chikungunya” e envolve gestores locais, profissionais de saúde, agentes de endemias, lideranças comunitárias e a população em geral, que participarão de mutirões de limpeza e ações de conscientização em locais públicos e residências.
Mais de 370 mil profissionais estão empenhados diariamente na prevenção dessas doenças nos 5.570 municípios brasileiros. Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) visitam domicilios para orientar famílias, distribuir materiais informativos e estimular o engajamento da população, enquanto os Agentes de Combate às Endemias (ACE) fazem inspeções, aplicam larvicidas e coletam dados para orientar o planejamento das ações de vigilância.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou que a ação ocorre antes do período de maior transmissão da dengue, que acontece no primeiro semestre, sendo este o momento crucial para identificar pontos críticos e eliminar os criadouros do mosquito. Ele destacou a importância das novas tecnologias no combate ao vetor, citando o método Wolbachia, que consiste no uso de mosquitos infectados com uma bactéria que impede a transmissão das doenças. Atualmente, a técnica está presente em 12 municípios e será expandida para mais 70, incluindo inclusive a cobertura total de Niterói (RJ), que registrou uma redução de 89% nos casos de dengue e 60% nos casos de chikungunya.
Com 30% das cidades brasileiras em estado de alerta para a dengue e mais de 3,2 mil municípios com focos do mosquito localizados em recipientes como vasos, pneus e caixas d’água, o governo investe mais de R$ 180 milhões em medidas tecnológicas para o controle vetorial, além de incentivar ações tradicionais como borrifação intradomiciliar de inseticidas de longa duração e uso das Estações Disseminadoras de Larvicidas.
O número de casos prováveis de dengue em 2025 ultrapassa os 1,6 milhão, com mais de 1.700 óbitos, sendo o estado de São Paulo o mais afetado, com mais de 890 mil registros. Para reforçar o combate, o governo paulista também realizará, entre 10 e 14 de novembro, mutirões de limpeza, visitas domiciliares e ações educativas em seus 645 municípios.
A temporada de arboviroses permanece preocupante devido às condições climáticas favoráveis, como calor e chuvas, que potencializam a reprodução do Aedes aegypti, e à circulação de sorotipos antigos do vírus da dengue, que podem provocar novos surtos. Diante desse cenário, a mobilização nacional e o uso combinado de estratégias tradicionais e inovadoras são essenciais para reduzir o impacto das arboviroses no país.

