# Consciência Negra: Rio de Janeiro celebra com programação cultural diversa
O Rio de Janeiro se mobiliza para celebrar o Dia da Consciência Negra, comemorado nesta quinta-feira (20 de novembro), com uma programação cultural diversa que se estende por toda a cidade e pelos próximos dias. Para quem resolve aproveitar o feriado prolongado na capital carioca, as opções de atividades gratuitas que resgatam a história, a arte e a ancestralidade afro-brasileira são abundantes.
O Jardim Botânico do Rio de Janeiro é um dos principais polos de celebração, com uma programação especial que vai desde hoje até o próximo domingo (23 de novembro). O eixo central das atividades é o resgate de práticas afro-diaspóricas, originárias das populações africanas que migraram para outros cantos do planeta, por meio da arte e da ciência. Com oficinas, contações de histórias, teatro, jongo e visitas educativas, o museu convida toda a família a conhecer saberes ancestrais e tecnologias tradicionais africanas.
Nesta quinta-feira (20), a programação aborda o tema “Saberes Ancestrais: entre ervas e sais”, uma oficina em que os visitantes produzem sachês de escalda-pés inspirados em antigas práticas de cuidado e relaxamento. Os interessados também encontram a Trilha Africana guiada, oferecida pelo Centro de Visitantes.
Na sexta-feira (21), a atividade é “Plantando Histórias: Baobá”, com a apresentação de um teatro de sombras sobre a árvore sagrada, seguida de uma aula de jongo ao ar livre com a Companhia de Aruanda, celebrando o ritmo e a dança de origem afro-brasileira. Também neste dia acontece a Feira Crespa e apresentações de blocos afros como Agbara Dudu e grupos como Mulekada que Agita e Bateria do Império Serrano, além de shows com o grupo Awure e Akyo.
No sábado (22), o Museu do Jardim Botânico fará uma oficina sobre “Saberes Ancestrais: Adinkras”, que trata do sistema de símbolos dos povos Akan como forma de comunicação e registro. Os Akan, um dos principais grupos étnicos originários da África Ocidental, especificamente da região que hoje compreende Gana, Costa do Marfim e partes de Togo e Benin, foram trazidos para o Brasil como escravos e tiveram impacto significativo na formação da cultura brasileira, especialmente na música, dança, religião e culinária. No mesmo dia, o público também poderá assistir ao espetáculo “Contos de Orí”, uma apresentação teatral que mistura elementos naturais — como terra, argila e água — a narrativas iorubanas, com interpretação em Libras.
Para o domingo (23), a programação prevê uma visita educativa chamada “Da Floresta ao Laboratório”, em que apresenta às crianças e famílias o caminho da pesquisa científica no Jardim Botânico, aproximando biodiversidade e conhecimento tradicional.
Além do Jardim Botânico, outras instituições também celebram a data. O Theatro Municipal do Rio de Janeiro apresenta o concerto “Soul Mais Eu – Exaltação ao Dia da Consciência Negra” realizado pela Orquestra Sinfônica Juvenil Chiquinha Gonzaga na segunda-feira (24 de novembro), às 19h, com entrada a R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada).
Em Niterói, o Festival Viva Zumbi 2025 celebra o Dia da Consciência Negra com shows de Jorge Aragão, BK, Filhos de Gandhi, Roda do Candongueiro, Negamanda, Baile das Antigas, Fanfarra e Caxambu Joaquim Ramos de Porciúncula. O evento reúne música, arte e reflexão sobre a cultura afro-brasileira, com entrada gratuita e atividades durante todo o dia no Caminho Niemeyer. O festival oferece rodas de capoeira, feiras, debates e a tradicional feijoada, com programação que se estende da tarde até a noite.
O Circo Voador também entra na celebração com o festival “Negro é Lindo”, oferecendo uma programação diversa e completamente gratuita, incluindo capoeira e outras manifestações culturais.
A programação especial se estende ainda até 28 de novembro, com a III Semana da Consciência Negra no Jardim Botânico, que ocorre de segunda a sexta-feira, de 8h30 às 16h30, no Galpão das Artes, localizado no Corredor Cultural. As atividades incluem palestras como “O 20 de novembro”, com Lorena Tato, e “A militância antes da militância e o direito de ser bonito”, com André Gabeh, além de oficinas de Estamparia Adinkra em stêncil e outras atividades culturais. Toda a programação é gratuita e sem necessidade de inscrição prévia.
Para os cariocas e visitantes que escolhem permanecer no Rio durante este feriado prolongado, as celebrações da Consciência Negra reafirmam a importância de refletir sobre a história, valorizar a luta contra o racismo e fortalecer a identidade cultural afro-brasileira através de experiências educativas, artísticas e ancestrais que conectam passado e presente.

