Portal NegoPB

Notícia de verdade.

Dinossauros viveram na Amazônia, descobrem pesquisadores de Roraima

Pesquisadores da Universidade Federal de Roraima (UFRR) confirmaram a presença de dinossauros na região amazônica há mais de 103 milhões de anos, por meio da identificação de mais de cem pegadas fossilizadas na Bacia do Tacutu, localizada em Bonfim, no norte de Roraima. Essas descobertas representam a primeira evidência clara de que esses animais pré-históricos habitaram a Amazônia durante o período Jurássico-Cretáceo.

As pegadas encontradas indicam a existência de diversos grupos de dinossauros na região, entre eles raptores, ornitópodes — animais bípedes e herbívoros —, e xireóforos, que possuíam uma espécie de armadura óssea nas costas. Além disso, os registros sugerem comportamentos coletivos, como marcas de herbívoros concentradas no centro e rastros de carnívoros nas bordas, como se os predadores seguissem as manadas. Essas evidências ampliam o conhecimento sobre a diversidade e o comportamento desses animais na Amazônia pré-histórica.

A Amazônia sempre teve poucas descobertas fósseis devido à intensa intemperização das rochas — processo de desgaste por exposição a elementos naturais — que dificulta a preservação de fósseis. A preservação das pegadas só foi possível graças a condições específicas da Bacia do Tacutu, como um ambiente que, na época, configurava um vale úmido com múltiplos canais de rios e vegetação abundante. Assim, após o animal deixar a pegada no solo úmido, ela endurecia e, posteriormente, o soterramento preservava essas marcas, que com o tempo se transformaram em rochas resistentes à erosão.

A vegetação atual da região, com áreas de cerrado, também auxilia na exposição de afloramentos rochosos nos quais essas pegadas são encontradas, facilitando o estudo e a descoberta de novos fósseis, incluindo restos vegetais e impressões folhas fossilizadas.

O conjunto de pegadas foi inicialmente identificado em 2011 durante uma expedição de alunos de geologia da UFRR, coordenada pelo professor Vladimir Souza. Na época, devido à falta de especialistas em paleoecologia e equipamentos adequados, o projeto permaneceu inativo por vários anos. Em 2021, o pesquisador Lucas Barros reativou o estudo, usando técnicas modernas de fotogrametria para criar modelos digitais 3D das pegadas, o que permitiu análise detalhada da forma, profundidade e direção das marcas.

O trabalho agora segue em expansão, com estimativas de existência de centenas de pegadas na região e novas áreas de valor científico identificadas dentro da terra indígena Jabuti. Contudo, o avanço das pesquisas enfrenta desafios em relação à proteção e acesso às áreas privadas, que causam preocupação entre proprietários rurais sobre possíveis impactos territoriais.

Essas descobertas inéditas não apenas comprovam a presença dos dinossauros na Amazônia, mas também enriquecem a compreensão sobre o ambiente e a biodiversidade do passado da região, revelando paisagens dominadas por samambaias, coníferas e plantas precursoras da flora atual do cerrado amazônico.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)
Previous post Conversa com o Autor entrevista escritor e compositor Nei Lopes
Next post Lucas Ribeiro visita 1ª Expopatos e destaca crescimento de exposições na Paraíba
Fechar
Menu