A influenciadora Jaqueline Pinheiro, conhecida nas redes como Jaque Conserta, tem marcado presença no país ao combinar empreendedorismo social com ativismo feminista. Ela percorre diversas cidades ensinando mulheres e pessoas não binárias a realizar consertos e reparos domésticos, tarefas que tradicionalmente são terceirizadas a homens. Com essa iniciativa, as oficinas de manutenção básica promovem autonomia e empoderamento, ajudando essas pessoas a não caírem em golpes e a superarem a dependência desses serviços.
Jaque Conserta utiliza seu perfil no Instagram para anunciar as aulas itinerantes e compartilhar vídeos bem-humorados, nos quais comenta situações constrangedoras originadas de atitudes machistas que ela chama de “machulência”, um termo que adotou por ter ouvido em Pernambuco para descrever comportamentos masculinos ridículos e opressivos. A combinação de humor com a militância rendeu a ela mais de 111 mil seguidores, fortalecendo sua voz na rede social.
Ela ressalta que a divisão sexual do trabalho ainda é uma realidade presente, embora mais disfarçada nos tempos atuais, e que essa dinâmica afasta mulheres dos serviços técnicos e mecânicos desde cedo, já que não são estimuladas a aprender essas habilidades. A proposta do seu trabalho vai além do ensino prático: busca romper com padrões sociais e oferecer ferramentas para que as mulheres ganhem espaço em áreas tradicionalmente masculinas, expandindo sua independência.
Além da influência digital e dos cursos práticos, Jaqueline destaca também a necessidade de maior participação feminina na política, já que, apesar de as mulheres serem maioria do eleitorado, ainda constituem uma minoria no poder legislativo, o que limita avanços em questões de equidade. Para ela, formar mais lideranças femininas comprometidas com essas causas é fundamental para transformar estruturas sociais e garantir maior representatividade em todos os setores.
Com essa combinação de conhecimento técnico, humor e consciência social, Jaque Conserta tem construído uma trajetória que vai além do conserto de objetos — ela conserta a própria forma como a sociedade enxerga o papel da mulher e das pessoas não binárias, apoiando o empoderamento e a transformação social a partir do cotidiano.

