A cidade de São Paulo e sua região metropolitana seguem enfrentando um cenário de recuperação após o ciclone extratropical que provocou ventania forte e deixou mais de 800 mil consumidores sem energia elétrica dois dias depois do evento, segundo dados da concessionária Enel.[8] O fenômeno, associado a uma frente fria, arrancou mais de 330 árvores que caíram sobre a rede de cabos e postes, ampliando o número de interrupções no fornecimento.[8]
No pico da ocorrência, mais de 2,2 milhões de clientes chegaram a ficar sem luz na Grande São Paulo; na quinta-feira à noite, ainda havia cerca de 1,3 milhão de consumidores sem energia e, na manhã seguinte, a Enel informava que 802.474 clientes permaneciam sem o serviço, sendo 585 mil somente na cidade de São Paulo — cerca de 10% dos consumidores do município.[8][3] Municípios da região metropolitana registraram situações críticas: Juquitiba tinha aproximadamente 7.262 clientes sem energia (cerca de 40% da cidade) e Embu-Guaçu, que chegou a ficar praticamente sem luz, reduziu para 17% do total de consumidores ainda afetados.[8]
A concessionária afirma ter restabelecido o fornecimento para cerca de 1,2 milhão de clientes dos aproximadamente 2 milhões afetados inicialmente, mas não apresentou uma previsão para a normalização total do serviço.[8] A empresa justificou a ausência de prazo explicando que há casos complexos que exigem substituição de postes e transformadores, intervenções que demandam mais tempo e logística.[8][5] Para atender à emergência, a Enel mobilizou equipes e geradores — segundo reportagens, cerca de 1,6 mil equipes e mais de 700 geradores foram acionados para reconstrução e atendimento de prioridades.[5]
Os impactos econômicos já começaram a ser estimados: o comércio da Grande São Paulo pode ter deixado de faturar até R$ 51,7 milhões devido à paralisação provocada pela falta de energia, segundo cálculo do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP).[1][5] Especialistas destacam que a perda decorre tanto da interrupção imediata das vendas quanto da redução das compras por impulso e das dificuldades logísticas enfrentadas por estabelecimentos e serviços durante o período de apagão.[1]
Além dos transtornos no fornecimento de energia, o ciclone extratropical provocou cancelamentos de voos, quedas de árvores em vias públicas e em áreas verdes, interdições e impactos em serviços de abastecimento de água em algumas localidades, conforme registros das últimas 48 horas.[3][7][8] Autoridades municipais e estaduais mantêm monitoramento, equipes de limpeza e reparo em campo e emitiram alertas sobre a possibilidade de novos episódios de vento intenso enquanto sistemas meteorológicos associados seguem ativos na região Sudeste.[2][4]
A população foi orientada a manter cuidados básicos durante o restabelecimento, como evitar aproximar-se de cabos rompidos, reportar pontos sem energia às concessionárias e priorizar atendimento a hospitais e outros serviços essenciais que dependem de fontes alternativas.[5][8] As ações de recuperação permanecem em curso, mas a complexidade dos danos em áreas urbanas e a necessidade de reconstrução de infraestrutura elétrica explicam a continuidade do número elevado de consumidores ainda sem luz.[8][3]

