Dois sargentos da Polícia Militar do Rio de Janeiro foram presos nesta segunda-feira em uma operação da Polícia Federal, com apoio do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e da corregedoria da PMERJ, sob suspeita de repassar informações sigilosas sobre operações policiais para o Comando Vermelho, uma das maiores facções criminosas do estado. Entre os detidos está um sargento do Bope responsável pela escalação das equipes que atuavam nessas operações. A ação faz parte da Operação Tredo, que cumpriu 11 mandados de prisão temporária e seis de busca e apreensão, visando desarticular um núcleo infiltrado nas estruturas de segurança pública do estado.
As investigações tiveram início a partir da Operação Buzz Bomb, deflagrada em setembro de 2024, que expôs um militar da Marinha envolvido no fornecimento de drones e no treinamento de criminosos para o uso dessas tecnologias. A partir dessas informações, a Polícia Federal identificou policiais militares que colaboravam diretamente com a facção, vazando detalhes operacionais que permitiam ao grupo criminoso se antecipar às ações policiais em favelas sob seu controle. Foram apreendidos três veículos e vários aparelhos celulares dos investigados, e as apurações continuam para identificar outros possíveis infiltrados.
Os acusados deverão responder por crimes graves como integrar organização criminosa armada, corrupção ativa e passiva, homicídio, tráfico de drogas, porte ilegal de arma e violação de sigilo funcional. A Polícia Federal ressalta que o nome da operação, “Tredo”, significa “traidor”, expressando a violação de confiança cometida pelos envolvidos, que usaram suas posições na segurança pública para facilitar as ações do crime organizado no Rio de Janeiro.

