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Embaixador do Brasil na ONU pede fim da ação dos EUA contra Venezuela

O embaixador do Brasil na Organização das Nações Unidas, Sergio Danese, criticou duramente a ação militar dos Estados Unidos contra a Venezuela durante reunião do Conselho de Segurança da ONU, nesta terça-feira. Para o representante brasileiro, o cerco militar promovido pelo governo de Donald Trump, incluindo um bloqueio naval a petroleiros sancionados, viola a Carta das Nações Unidas e deve cessar de imediato e incondicionalmente, dando lugar a instrumentos políticos e jurídicos disponíveis.

Danese enfatizou que o Brasil convida Estados Unidos e Venezuela a um diálogo genuíno, de boa-fé e sem coerção. Ele destacou que o presidente Lula já manifestou intenção de intermediar um acordo entre os dois países e apoia iniciativas do secretário-geral da ONU para reduzir tensões e buscar soluções pacíficas. A declaração ocorreu em sessão de emergência solicitada por Caracas, com apoio de aliados como Rússia e China, que também condenaram as medidas americanas como intimidação unilateral.

O diplomata brasileiro reforçou que a América do Sul é e deseja permanecer uma região de paz, respeitando o direito internacional e mantendo boas relações entre vizinhos. Evitar um conflito no continente, alertou, não é interesse apenas da América Latina, mas de toda a comunidade internacional, pois um confronto poderia gerar repercussões globais, com graves consequências humanitárias e políticas.

Os Estados Unidos justificam o bloqueio e a presença militar reforçada no Mar do Caribe como medidas contra uma suposta “frota fantasma” de navios venezuelanos que escoam petróleo apesar das sanções, integrando redes ligadas ao governo de Nicolás Maduro. Washington acusa o presidente venezuelano de liderar o Cartel de los Soles, uma organização narco-terrorista, e Trump tem ameaçado repetidamente invasões terrestres e ataques contra traficantes de drogas, com relatos de ações letais que mataram cerca de cem pessoas em barcos supostamente envolvidos no narcotráfico. Maduro nega as acusações, e Caracas denuncia as manobras como tentativa de mudança de regime.

A mobilização americana, em curso há meses, inclui sanções rigorosas para privar Maduro de receitas do petróleo, vital para financiar o governo venezuelano. Durante a reunião, o embaixador dos EUA na ONU defendeu as medidas como necessárias para combater atividades narcoterroristas que sustentam o poder de Maduro. Brasil, por sua vez, reafirmou o compromisso com o multilateralismo e a proibição do uso ou ameaça de força, exceto em legítima defesa, conforme a Carta da ONU.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)

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