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Espécie nova de bromélia floresce no Jardim Botânico do Rio

### Descoberta de Nova Espécie de Bromélia no Jardim Botânico do Rio de Janeiro Encanta Cientistas

Rio de Janeiro – Uma raríssima espécie de bromélia, batizada de *Wittmackia aurantiolilacina*, foi descoberta no Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), revelando uma combinação única de cores laranja e lilás em suas inflorescências. A planta, endêmica da Mata Atlântica, foi coletada em agosto de 2023 no Parque Nacional do Alto Cariri, na Bahia, próximo à divisa com Minas Gerais, por uma equipe do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora), do JBRJ.

A expedição fazia parte do Plano de Ação Nacional para a Conservação de Árvores Ameaçadas de Extinção do Sul da Bahia (PAN Hileia Baiana), inserido no Projeto GEF Pró-Espécies: todos contra a extinção. Na ocasião, a bromélia foi encontrada sem flores – o que os botânicos chamam de exemplar estéril –, sem levantar suspeitas iniciais de ser algo tão diferenciado. “Era uma bromélia que não levantava nenhuma suspeita sobre ser algo tão diferenciado”, explicou o pesquisador Bruno Rezende, curador da coleção científica de bromélias do JBRJ, em entrevista recente.

A planta foi então introduzida na coleção do bromeliário do Jardim Botânico do Rio e no Refúgio dos Gravatás, em Teresópolis, na região serrana do estado. Foi só em julho de 2024, quando a floração finalmente ocorreu no JBRJ, que o mistério se revelou. Rezende, com mais de 30 anos de experiência na área, ficou impressionado: “Ao me deparar com essa planta florescendo pela primeira vez, fiquei estarrecido com a beleza de suas flores, uma combinação inusitada de cores, laranja e lilás. Imediatamente suspeitei de que poderia se tratar de uma espécie nova, por não se parecer com nenhuma bromélia que já vi e estudei em mais de 30 anos de profissão”.

Diante da descoberta, o curador contatou um especialista no gênero *Wittmackia* e, juntos, realizaram análises detalhadas. O estudo foi publicado em 19 de novembro de 2024 na revista *Phytotaxa*, a maior publicação científica mundial em taxonomia botânica, confirmando a novidade taxonômica. O nome *aurantiolilacina* homenageia precisamente as tonalidades vibrantes de suas flores.

Infelizmente, a beleza da *Wittmackia aurantiolilacina* vem acompanhada de uma realidade alarmante. Análises preliminares classificam a espécie como **criticamente em perigo de extinção (CR)**, ameaçada pela pressão humana em seu habitat natural, como a expansão de pastagens, plantações de café e cacau. Essa descoberta reforça a importância de instituições como o JBRJ na conservação da biodiversidade da Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados do planeta, e destaca o papel crucial de expedições e cultivos científicos para salvar espécies à beira da extinção.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)

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