A Polícia Militar de São Paulo deflagrou nesta quinta-feira, 30 de outubro de 2025, a Operação Off White, que mira um grande esquema de lavagem de dinheiro vinculado a uma facção criminosa atuante no estado. A investigação, que envolve a participação de traficantes, empresários, agiotas e influenciadores, revela uma sofisticada rede criminosa que movimentava valores oriundos do tráfico de drogas por meio de transações imobiliárias e financeiras para ocultar os verdadeiros beneficiários desses recursos.
As apurações começaram em fevereiro deste ano, a partir de evidências reunidas pelo Ministério Público, que detectou conexões entre integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e empresários de diversos setores. Essa associação usava múltiplas operações para espalhar patrimônio criminoso, dificultando o rastreamento e dissimulando a origem ilícita do dinheiro. Entre os setores atingidos estão movimentações imobiliárias de alto padrão, cujo bloqueio de 12 imóveis foi determinado pela Justiça, assim como o congelamento de valores em instituições bancárias.
No cumprimento da operação, conduzida pelo 1º Batalhão de Ações Especiais da Polícia (BAEP) de Campinas em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), foram expedidos nove mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão em endereços nas cidades de Campinas, Artur Nogueira e Mogi Guaçu. Até o momento, três suspeitos foram detidos, destacando-se a prisão de Eduardo Magrini, conhecido como Diabo Loiro, uma das principais lideranças da organização criminosa, acusado de ataques contra as forças de segurança e com diversas passagens por homicídio, formação de quadrilha, receptação e uso de documentos falsos.
Durante a operação, um dos investigados foi morto em confronto com policiais militares, enquanto um sargento do BAEP ficou ferido e está hospitalizado, mas fora de perigo. As autoridades continuam as investigações para identificar outros envolvidos e rastrear novas ramificações da rede criminosa.
A ação Off White é um desdobramento das operações Linha Vermelha e Pronta Resposta, que já haviam apontado para um esquema de organização criminosa armada, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro articulado por membros do PCC e seus aliados empresariais. As desavenças internas dentro da facção aceleraram a investigação, pois coincidiram com novas transações financeiras e imobiliárias que tentavam dissipar patrimônio e ocultar os reais donos dos bens obtidos ilegalmente.
A complexidade do esquema demonstra o uso crescente de métodos sofisticados para integrar recursos ilícitos ao sistema financeiro legal, dificultando a atuação das autoridades. As medidas tomadas nesta operação refletem a intensificação do combate ao crime organizado em São Paulo, buscando desconstruir as bases econômicas que sustentam a facção criminosa e seus aliados empresariais.
