O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, na abertura da Caravana Federativa em Belo Horizonte, que as políticas públicas devem alcançar “os mais pobres, onde eles estiverem”, e defendeu a descentralização dos serviços para levar atendimento a quem não consegue se deslocar até os centros urbanos[1][7]. Lula disse que a iniciativa busca integrar ações dos entes federativos para garantir que prefeitos e gestores peçam e recebam serviços onde há mais necessidade, ressaltando que o Estado deve procurar as pessoas para cuidar delas[1][2].
No evento, realizado no Expominas nos dias 11 e 12 de dezembro, o governo montou balcões de atendimento de ministérios e órgãos federais e programou oficinas temáticas e diálogos federativos voltados à qualificação de gestores municipais e estaduais, além de debates sobre programas estruturantes e participação social[2][6][7]. A Caravana Federativa, criada em 2023, já passou por diversos estados e, segundo organizadores, funciona como instrumento de articulação entre União, estados e municípios para resolver pendências administrativas e facilitar o acesso a programas federais[1][2][7].
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou a inauguração de um centro de radioterapia em Itabira (MG) — financiado pelo Novo PAC — e informou que a unidade do Hospital Nossa Senhora das Dores recebeu R$ 13,9 milhões entre obras e equipamentos, com acelerador linear e outras tecnologias para tratamento oncológico[7]. Na mesma data foram inaugurados centros de radioterapia em outras quatro unidades pelo país, totalizando investimentos que ultrapassam R$ 53,7 milhões, segundo o ministério[7]. Padilha também anunciou a disponibilização de uma carreta para tomografia e uma carreta da saúde da mulher com ultrassom, mamografia, exame de colo de útero e biópsia, além da entrega de 32 unidades móveis de saúde bucal voltadas a áreas rurais e periferias[7].
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que a caravana é uma política interministerial e reforçou a necessidade de cooperação entre órgãos para governar o país e cumprir compromissos com a população, independentemente de orientação partidária[1][6]. Em Minas Gerais, a ação ofereceu também oficinas e atendimentos que envolvem temas como consórcios regionais, programas estruturantes, participação feminina nos espaços de poder e ações federais relacionadas à reparação do crime ambiental na bacia do Rio Doce e no litoral norte capixaba[2][7].
Lula aproveitou o discurso para criticar a invisibilidade dos pobres nas formulações orçamentárias, afirmando que os setores mais vulneráveis costumam “não aparecer” na distribuição de recursos e que é preciso mudar esses padrões para garantir direitos[1]. O presidente citou regiões como o Vale do Jequitinhonha e o Vale do Mucuri para ilustrar a dificuldade de acesso a serviços básicos, defendendo que o Estado leve atendimento até quem não pode se deslocar[1].
O presidente também manifestou preocupação com a escalada de tensão entre Venezuela e Estados Unidos, afirmando que comunicou ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que não deseja uma guerra na América Latina e que crê mais no poder da palavra do que no da arma[1]. No mesmo tom, repudiou a violência contra a mulher e os feminicídios, dizendo que mudanças na educação são essenciais e que aumentar penas isoladamente não resolve o problema[1].
A edição de Belo Horizonte encerra o ciclo anual das Caravanas Federativas em 2025 e, segundo o governo, reafirma o compromisso com a descentralização das ações e o fortalecimento do pacto federativo, com foco em recuperar políticas essenciais como saúde, educação, cultura e direitos humanos[1][2][7].

