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Ex-deputado TH Joias é indiciado pela Polícia Federal

A Polícia Federal indiciou o ex-deputado estadual Thiego Raimundo de Oliveira Santos, conhecido como TH Joias, e outras 17 pessoas por envolvimento em uma complexa rede criminosa ligada a facções do Rio de Janeiro, como o Comando Vermelho (CV) e o Terceiro Comando Puro (TCP). O inquérito apurou crimes que incluem organização criminosa armada, tráfico interestadual de armas e drogas, corrupção ativa, lavagem de dinheiro, contrabando, evasão de divisas, violação de sigilo profissional e embaraço à investigação criminal.

A investigação, conduzida pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF, revela que o ex-deputado, que antes de ingressar na política atuava como joalheiro produzindo peças para celebridades, manteve relações ilícitas com líderes de facções e agentes públicos, utilizando seu mandato para permitir a operação de atividades criminosas e a lavagem de capitais. TH Joias foi preso no início de setembro, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, durante a Operação Zargun. Na mesma ocasião, outras 14 pessoas ligadas ao esquema foram detidas, e ele foi destituído do cargo na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Entre os indiciados, além de integrantes das facções, estão três policiais militares da ativa, um ex-policial militar, um delegado federal e o ex-secretário Alessandro Pitombeira Carracena, que exerceu cargos na prefeitura do Rio e no governo estadual. Um dos policiais federais indiciados, Gustavo Steel, foi preso em flagrante enquanto estava de plantão no Aeroporto Internacional do Rio, acusado de passar informações sigilosas aos criminosos. As investigações demonstram que ele consultava sistemas para checar mandados contra membros das facções e mantinha proximidade com pessoas do círculo de TH Joias.

Outros nomes destacados incluem Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, conhecido como Dudu, assessor parlamentar de TH Joias, suspeito de vender e operar aparelhos antidrones para traficantes, que usavam esses equipamentos para monitorar ações das forças de segurança. Gabriel Dias de Oliveira, o Índio do Lixão, apontado como elo do Comando Vermelho com TH Joias, é investigado por compra de fuzis no Paraguai para abastecer o grupo criminoso.

O relatório da PF, encaminhado ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região, servirá para subsidiar o Ministério Público Federal na apresentação de denúncias formais. A atuação dessas organizações teve impactos diretos nos territórios controlados pelas facções, como o Complexo do Alemão, onde o traficante Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, lidera o Comando Vermelho há quase 30 anos e foi citado como parceiro nesse esquema.

Este caso evidencia como estruturas criminosas do Rio de Janeiro mantém vínculos e proteção por meio de agentes públicos e políticos, o que dificulta o combate ao crime organizado. A operação e investigação da Polícia Federal representam um avanço na desarticulação dessas redes que extrapolam o mundo do tráfico, envolvendo corrupção e exploração de atividades ilícitas em múltiplos setores.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)