Extrema direita francesa é barrada pelo voto popular

Após a mobilização de diversos setores da sociedade civil, de modo a impedir a vitória da extrema direita, capitaneada por Marine Le Pen e Jordan Bardella, o 2º turno das eleições parlamentares francesas deram, segundo pesquisas de boca de urna, uma surpreendente vitória à esquerda.

A coalizão de esquerda, Nova Frente Parlamentar (NFP), lidera a contagem de votos; ela se encontra à frente da coalizão centrista, liderada pelo presidente Emmanuel Macron, e do movimento de extrema direita Reunião Nacional (RN).

Segundo meios de comunicação estatais, a NFP conquistou, até agora, 192 assentos; a coalizão centrista, entre 150 e 170, e a RN obteve entre 132 e 152 assentos. Nas últimas semanas, diversas projeções apontaram uma vitória da extrema direita, que acabou por não se concretizar. Agora, com a conclusão do processo eleitoral, dados apontam que esta foi a eleição legislativa com o maior número de participantes dos últimos quarenta anos.

A Assembleia Nacional francesa possui 577 assentos, sendo que são necessárias 289 cadeiras para a formação de uma maioria que defina o primeiro-ministro. Logo, espera-se que as forças vencedoras negociem um acordo para a escolha do futuro primeiro-ministro. Contudo, uma das principais lideranças do bloco de esquerda, Jean-Luc Mélenchon, já adiantou que não negociará com Macron.

Na França, o sistema político é semipresidencialista. Portanto, o presidente divide a governança do país com o primeiro-ministro, que é eleito pela maioria da Assembleia Nacional. Em caso de oposição entre o presidente e o primeiro-ministro, forma-se um governo de coabitação, no qual o presidente exerce a função de Chefe de Estado, controlando a política externa, enquanto que o primeiro-ministro assume a gestão da política doméstica.