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Famílias se cadastram para reconhecer corpos no IML do Rio

Famílias se dirigiram ao Instituto Médico-Legal (IML), no centro do Rio de Janeiro, para realizar o reconhecimento dos corpos das vítimas da Operação Contenção estão passando por um processo de cadastro no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RJ), que fica nas proximidades. A operação, deflagrada na terça-feira, 28 de outubro de 2025, pelas polícias Civil e Militar, teve como alvo a facção criminosa Comando Vermelho nos Complexos do Alemão e da Penha, mobilizando cerca de 2.500 policiais no que já é considerada a mais letal operação de segurança da história do Rio.

Inicialmente, os relatórios oficiais apontavam 64 mortes, incluindo policiais, mas pelo menos 70 corpos adicionais com sinais de execução violenta — como tiros na testa e decapitações — foram encontrados em áreas de mata do Complexo da Penha, elevando o número de mortes para mais de 130.


Os corpos encontrados durante a noite foram recolhidos na Praça São Lucas, dentro do complexo de favelas, antes de serem transferidos para o IML. As famílias cadastradas no Detran-RJ ainda aguardam a liberação dos corpos, sem previsão de quando os procedimentos de identificação serão concluídos.

Um familiar, que pediu anonimato, criticou o tratamento dado aos corpos das vítimas, descrevendo-os como estando abandonados e nus na mata, uma condição desumana, independentemente das ações do falecido. Essa pessoa expressou profunda angústia por ter que reconhecer um ente querido em tais circunstâncias, enfatizando o custo emocional para as famílias envolvidas.


A operação visava desmantelar a liderança do Comando Vermelho e conter a expansão territorial da facção, mas tem sido amplamente condenada por sua letalidade e o impacto nas populações civis. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) repudiou publicamente o uso excessivo da força na operação, destacando a interrupção da vida cotidiana nas comunidades afetadas e pedindo investigações independentes e políticas centradas nos direitos humanos e na preservação da vida. O governo não ainda não esclareceu as discrepâncias nos números de mortos, o que contribui para a preocupação pública com a transparência.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)