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Fazendas ilegais de gado devastam áreas protegidas na Amazônia

Fazendas ilegais de gado continuam a devastar áreas protegidas na Amazônia, especialmente no estado do Pará, onde pequenos agricultores e povos indígenas lutam para manter seus meios de subsistência. De acordo com um relatório recente da Human Rights Watch, intitulado “Gado Sujo”, essas fazendas ilegais não apenas desmatam territórios protegidos, como também violam direitos humanos das comunidades locais.

No Projeto de Desenvolvimento Sustentável Terra Nossa e na Terra Indígena Cachoeira Seca, fazendeiros invadem terras protegidas para criar pastagens para gado, usando práticas como o fogo para limpar a vegetação. Isso não apenas destrói a floresta, mas também ameaça a subsistência dos moradores, que dependem da floresta para caçar, pescar e coletar produtos florestais.

A análise de documentos oficiais revela que essas fazendas vendem gado para intermediários, que por sua vez abastecem grandes frigoríficos, como a JBS, a maior produtora de carne do mundo. A JBS pode ter exportado carne e couro provenientes dessas fazendas ilegais para a União Europeia, o que levanta preocupações sobre a falta de rastreabilidade na cadeia produtiva.

A situação é agravada pela inação das autoridades locais e federais em remover os invasores e proteger os direitos das comunidades afetadas. Denúncias de violência contra moradores que resistem às invasões são comuns, com casos de mortos e desaparecidos. O governo brasileiro enfrenta pressão para tomar medidas efetivas para retomar as áreas ocupadas ilegalmente e proteger os direitos das comunidades locais.

A Human Rights Watch destaca a necessidade urgente de implementar sistemas de rastreabilidade do gado para evitar que fazendas ilegais continuem a operar impunemente. Além disso, recomenda que o governo federal adote projetos de restauração florestal e apoie projetos sustentáveis para garantir a subsistência das comunidades afetadas.

A COP30, que ocorrerá no Pará, é vista como uma oportunidade crucial para discutir estratégias que protejam a Amazônia e os direitos humanos, especialmente em uma região onde a pecuária ilegal é uma das principais causas de desmatamento e violações de direitos humanos.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)