O feriado do Dia da Consciência Negra em São Paulo mobiliza uma série de atividades culturais e educativas que celebram a história, a cultura e a resistência da população negra. Nos dias 19 e 20 de novembro, o Centro Cultural São Paulo, localizado no bairro Vergueiro, recebe a 5ª edição da Expo Internacional da Consciência Negra, evento gratuito dedicado ao tema do Afrofuturismo. A feira promove debates, reflexões e experiências ligadas ao afroempreendedorismo, à educação antirracista e à valorização da diversidade, além de destacar as transformações sociais conquistadas pelas comunidades negras, indígenas e de imigrantes na cidade. O público pode circular por portais narrativos que ligam o passado, o presente e o futuro sob uma perspectiva afrocentrada, consolidando a capital paulista como referência na promoção da igualdade racial.
Paralelamente, o Memorial da Resistência na Santa Ifigênia promove uma roda de conversa que aborda a censura sofrida pelas letras de samba-enredo durante a ditadura militar, ressaltando o samba como uma importante expressão de resistência negra e popular. O evento destaca documentos originais da escola de samba Casa Verde, que participou do primeiro desfile oficial em São Paulo em 1968.
Na área artística, a Caixa Cultural São Paulo traz o musical “Menino Mandela”, que retrata a infância do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, símbolo global da luta contra o apartheid. Também oferece uma oficina de músicas tradicionais africanas, com vivência em ritmos, danças e instrumentos típicos, como o djembe.
No Jabaquara, a Casa Sítio da Ressaca abre suas portas com a programação “Memórias de Ressaca: Presença Negra e Patrimônio Vivo”, que destaca a presença afro-brasileira na formação histórica e urbana da região desde o século 18, integrando um complexo cultural dedicado à identidade afro-brasileira.
No Centro Histórico, o Beco do Pinto vira um corredor de memória negra com a visita “Passagens Negras: Rastros e Resistências”, onde vestígios arqueológicos contam histórias das populações afrodescendentes desde o período colonial.
Além disso, bibliotecas municipais realizam sessões de contação de histórias que homenageiam a escritora negra Carolina Maria de Jesus, incentivando a valorização da literatura e cultura negras na infância.
Estas iniciativas refletem a multiplicidade de expressões culturais, históricas e educativas que permeiam o Dia da Consciência Negra em São Paulo, reafirmando a importância do reconhecimento e combate ao racismo, ao mesmo tempo em que fortalecem a identidade, memória e protagonismo da população negra na cidade.

