Dois dos mais tradicionais nomes do fotojornalismo brasileiro, os irmãos Antonio Cruz e José Cruz, se despediram nesta terça-feira (14) da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), onde acumularam mais de quatro décadas de carreira dedicadas à notícia, à imagem e à memória do país. Com trajetórias que começaram na era da fotografia analógica, ambos assistiram e vivenciaram profundas transformações tecnológicas e cobríram diversos momentos históricos que ajudaram a registrar para as gerações futuras.
José Cruz, que trabalhou também na Agência Senado, nos jornais O Globo e Correio Braziliense, relembra os desafios e a intensidade da profissão: “Foram mais de 50 anos dedicados à profissão, 45 só na EBC, muitas vezes me dividindo entre dois empregos, trabalhando mais de 10 horas por dia. Agora, quero desacelerar um pouco e curtir mais os meus filhos.” Já Antonio Cruz, que dedicou 47 anos à EBC, planeja aproveitar a aposentadoria entre a Bahia, onde tem terras na cidade de São Desidério, e o Distrito Federal. “Minha esposa é de São Desidério (BA) e temos umas terrinhas lá. Quero criar uns animais, cuidar da terra, que é outra coisa que me dá muita satisfação. Vou sentir muita falta do dia a dia do jornalismo, dos amigos que fiz pelo caminho, mas agora está na hora de focar nessa outra paixão”, afirmou.
Ao longo de suas carreiras, Antonio e José não só acompanharam a evolução da fotografia, do analógico ao digital, como também formaram várias gerações de profissionais que hoje continuam a missão de documentar o Brasil através das lentes. Além do legado visual, deixaram também um exemplo de compromisso com a comunicação pública e o registro jornalístico responsável.
A despedida aconteceu em Brasília, com a presença de colegas e do presidente da EBC, André Basbaum, que ressaltou a importância da contribuição dos dois irmãos para a história da empresa e do fotojornalismo brasileiro. A trajetória de Antonio e José Cruz simboliza a dedicação e a paixão que sustentaram o jornalismo visual de qualidade na comunicação pública por décadas, sendo agora um marco para as futuras gerações de fotógrafos e jornalistas.
