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Fundo para florestas tem boa aceitação pelos países, diz Haddad

O Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), uma iniciativa liderada pelo Brasil, tem ganhado ampla aceitação internacional como um novo modelo de financiamento climático voltado à conservação das florestas tropicais. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a perspectiva otimista da proposta, esperando atingir US$ 10 bilhões em investimentos públicos já no próximo ano para financiar a proteção das florestas no mundo inteiro. A proposta será um dos principais temas da COP30, que ocorrerá em Belém, e representa uma aposta inédita na valorização econômica dos serviços ambientais prestados pelas florestas tropicais.

O TFFF funciona como um fundo de investimento global que combina recursos públicos e privados para proporcionar pagamentos anuais aos países que monitoram e preservam suas florestas tropicais, remunerando-os por hectare conservado. Com uma meta inicial de captação de US$ 25 bilhões de governos e US$ 100 bilhões da iniciativa privada, o fundo pretende garantir a sustentabilidade financeira de longo prazo dessas áreas, pagando retornos aos investidores e repassando o excedente para os países aderentes, com destaque para a inclusão de povos indígenas e comunidades tradicionais, que receberão pelo menos 20% dos recursos. O Banco Mundial aceitou atuar como administrador e fiduciário do TFFF, uma garantia de transparência na gestão dos fundos.

A proposta prevê critérios rigorosos de elegibilidade, com monitoramento via satélite e relatório anual de desmatamento, limitando o desmatamento a no máximo 0,5% ao ano, com meta tendente a zero, para garantir os pagamentos. Os recursos destinados a cada país dependerão da área de florestas preservadas, com pagamentos calculados, por exemplo, em cerca de US$ 4 por hectare conservado. A liberdade para utilizar os recursos no âmbito nacional caberá aos países, que poderão investir em políticas de conservação, programas de incentivos ambientais e bioeconomia.

O TFFF representa uma mudança de paradigma, ao oferecer um mecanismo perene, financeiro e escalável, que valoriza economicamente a floresta em pé, um modelo que abre caminho para o alinhamento entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental global. O fundo também busca corrigir deficiências históricas de financiamentos climáticos anteriores, que foram geralmente curtos e insuficientes, alcançando diretamente os guardiões das florestas. O reconhecimento ao Brasil como líder na iniciativa destaca seu protagonismo na agenda ambiental global e sua estratégia de convocar a cooperação internacional para o combate ao desmatamento, especialmente entre países tropicais.

Esta iniciativa chega em momento crucial para a agenda climática global, pois as florestas tropicais são essenciais para a regulação do clima, a biodiversidade, a segurança hídrica e alimentar, e a mitigação dos gases de efeito estufa. O TFFF propõe que, por meio da combinação de capital filantrópico, público e privado, seja possível criar um fluxo sustentável de recursos para conservação, que potencialmente distribuirá cerca de US$ 4 bilhões por ano para os países que mantiverem suas florestas intactas. O envolvimento de países como Indonésia e de membros do G20 confirma o interesse e o suporte internacional para o fundo, cuja entrada em operação efetiva está prevista para ocorrer durante a COP30 em Belém.

Assim, o Fundo Florestas Tropicais para Sempre coloca o Brasil na vanguarda da inovação em financiamento climático, ao estabelecer um modelo sustentável, soberano e inclusivo para a proteção do patrimônio natural mundial, destacando que a proteção das florestas tropicais é também uma questão de justiça ambiental e econômica global.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)