O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou o julgamento dos réus do Núcleo 4 da trama golpista, conhecido como o “núcleo de desinformação”, que visa apurar a tentativa de manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após as eleições de 2022. O ministro Alexandre de Moraes, relator da ação, começou a sessão com a leitura do relatório, destacando a disseminação sistemática de notícias falsas sobre o processo eleitoral e ataques virtuais a instituições e autoridades.
Os sete réus são Ailton Gonçalves Moraes Barros, Ângelo Martins Denicoli, Giancarlo Gomes Rodrigues, Guilherme Marques de Almeida, Reginaldo Vieira de Abreu, Marcelo Araújo Bormevet e Carlos Cesar Moretzsohn Rocha. Eles são acusados de crimes que incluem organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
A denúncia aponta que o grupo utilizou uma estrutura conhecida como Abin Paralela para monitorar adversários do grupo criminoso. Além disso, eles realizaram uma campanha de difamação contra comandantes do Exército e da Aeronáutica, buscando pressioná-los a aderir aos planos golpistas.
As defesas dos réus argumentam que a acusação não conseguiu individualizar as condutas de cada réu e que as provas são baseadas apenas em indícios e suposições. Na sessão, a Procuradoria-Geral da República teve a oportunidade de apresentar sua sustentação oral antes das defesas dos réus.
A sessão de julgamento começou às 9h e deve se estender até a semana que vem, com datas previstas para os dias 15, 21 e 22 de outubro. O colegiado, composto pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Cármen Lúcia, decidirá sobre a absolvição ou condenação dos réus.
O julgamento faz parte de uma série de processos que visam apurar a tentativa de golpe de Estado no Brasil, sendo que o Núcleo 1, considerado o mais responsável pela trama, já resultou na condenação de oito réus, incluindo Jair Bolsonaro._DECREF são os demais núcleos, incluindo os núcleos 2 e 3, que ainda serão julgados. O julgamento do Núcleo 3 está marcado para 11 de novembro e o do Núcleo 2 para dezembro.

