O governo de São Paulo implementou um plano de contingência para enfrentar a crise hídrica na região metropolitana, que atualmente opera com apenas 28,7% de sua capacidade nos reservatórios. O plano estabelece sete níveis graduais de medidas para redução do abastecimento de água, variando desde o regime normal até o rodízio em situações extremas. Atualmente, o sistema está no terceiro nível, com redução da pressão no fornecimento por cerca de dez horas durante a noite.
As medidas previstas incluem o Regime Diferenciado de Abastecimento no início da crise e, conforme a situação se agrava, a Gestão de Demanda Noturna, que reduz a pressão nos encanamentos por períodos de 8, 10, 12, 14 ou até 16 horas diárias. No estágio mais severo, denominado faixa 7, será adotado rodízio no fornecimento, incluindo a garantia de água por caminhões-pipa a serviços essenciais como hospitais, escolas e unidades de emergência.
A adoção de etapas mais severas depende da persistência da crise por pelo menos sete dias consecutivos no mesmo nível, e o retorno a medidas mais brandas exige estabilidade por 14 dias. A aprovação para avanço ou retrocesso entre as faixas deve ser submetida ao conselho diretor da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp).
O diretor-presidente da Arsesp, Thiago Mesquita Nunes, ressaltou que a escolha das áreas para eventuais restrições segue critérios técnicos, não afetando especificamente as periferias por localização. Desde agosto, a redução da pressão noturna já economizou bilhões de litros de água, mostrando a eficácia dessa estratégia para aumentar a resiliência hídrica do sistema.
Além das medidas imediatas, o governo estadual planeja investimentos significativos até 2027, incluindo a ampliação da capacidade de sistemas integrados de abastecimento, novas interligações entre reservatórios e estudos para captação em outros rios, visando reforçar a segurança hídrica de São Paulo a médio e longo prazo. A população é orientada a continuar reduzindo o consumo, evitando desperdícios, enquanto serviços essenciais têm prioridade garantida no fornecimento mesmo durante as etapas mais críticas do plano.

