O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta segunda-feira (20) o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) como o novo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República. Boulos substituirá Márcio Macêdo, que ocupava o cargo desde janeiro de 2023. A nomeação seguirá para publicação no Diário Oficial da União (DOU).
A Secretaria-Geral da Presidência é responsável pelo diálogo e interlocução do governo com organizações da sociedade civil e movimentos sociais. Esta pasta desempenha um papel crucial na articulação política entre o Palácio do Planalto, movimentos sociais e sociedade civil, desafios que Boulos enfrentará no novo cargo.
Durante a reunião em que Boulos recebeu o convite, estavam presentes Márcio Macedo, a ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, e os ministros Rui Costa, da Casa Civil, e Sidônio Palmeira, da Secretaria de Comunicação Social.
Guilherme Boulos, agora com 43 anos, é uma figura central no ativismo urbano brasileiro. Nascido em São Paulo, ele demonstrou desde cedo um interesse pela política, ingressando no movimento estudantil aos 15 anos de idade. Ele criou um grêmio estudantil na Escola Estadual Fernão Dias Paes e participou de protestos contra a direção da escola, além de realizar trabalhos de alfabetização em comunidades da capital.
Boulos é bacharel em filosofia e mestre em psiquiatria pela Universidade de São Paulo (USP). Além de professor da rede pública, ele é escritor e autor dos livros “Por que ocupamos?”, “De que lado você está?” e “Sem Medo do Futuro”.
Filiado ao PSOL, Boulos ganhou notoriedade nacional como candidato à Presidência da República em 2018, aos 35 anos. Ele concorreu à Prefeitura de São Paulo em 2020 e 2024. Em 2022, foi eleito deputado federal com mais de um milhão de votos, tornando-se o candidato mais votado de São Paulo e o segundo mais votado do país.
Como líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Boulos dedicou-se à luta por moradia digna e reforma urbana. A inclusão de Boulos no governo de Lula pode ser vista como uma estratégia para fortalecer a relação com movimentos sociais à medida que o governo se prepara para as eleições de 2026.

