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Guterres: não é hora de negociar, é hora de implementar

A Cúpula do Clima realizada em Belém destacou a urgência de mobilizar recursos financeiros para acelerar a transição energética e alcançar as metas do Acordo de Paris. O secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatizou que o momento não é mais de negociação, mas de implementação dos compromissos firmados para limitar o aquecimento global a 1,5ºC, com especial atenção à necessidade de um financiamento climático de US$ 1,3 trilhão por ano até 2035, destinado a países em desenvolvimento. Esse valor faz parte do recente Mapa do Caminho Baku-Belém, elaborado em parceria entre as presidências das COP29 e COP30, que prevê mecanismos tributários e financeiros para garantir a alocação desses recursos.

Guterres criticou os investimentos contínuos em combustíveis fósseis e a influência de lobbies que ainda sustentam interesses contrários à proteção ambiental, destacando que combustíveis fósseis continuam a receber subsídios significativos enquanto a devastação ambiental avança. Ele reiterou a necessidade de rejeitar essas práticas e reforçou o compromisso firmado na COP de Dubai de acelerar a transição energética, além de apoiar os países em desenvolvimento que ainda dependem desses combustíveis. Para Guterres, superar as barreiras estruturais desses países é essencial para que eles possam cumprir suas metas de redução de emissões.

A cúpula em Belém reuniu dezenas de chefes de Estado e governo para dar peso político às negociações da COP30, que ocorrerá nesta mesma cidade entre 10 e 21 de novembro. O evento antecedente tem como objetivo alinhar esforços e posicionamentos políticos para impulsionar ações concretas diante da crise climática global. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, também participou com um discurso que destacou a necessidade de superar os combustíveis fósseis e levar a sério os alertas científicos sobre as mudanças climáticas, chamando a atenção para a importância da união política no enfrentamento do problema.

Desde a Eco-92, realizada no Rio de Janeiro, o foco das conferências climáticas tem sido a estabilização da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, reforçado pela assinatura do Acordo de Paris há dez anos, que teve ampla adesão global. A Cúpula do Clima em Belém busca consolidar uma década de esforços intensificados para acelerar a transição para energias renováveis, melhorar a eficiência energética, combater o desmatamento e financiar essas transformações, com total urgência dada a gravidade do aumento da temperatura global.

No centro do debate, permanece a necessidade de os países mais ricos liderarem a mobilização dos investimentos necessários, garantindo recursos acessíveis e um compromisso firme com a implementação das metas climáticas, avançando no enfrentamento da crise ambiental antes que os efeitos se tornem irreversíveis.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)