O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que o aporte financeiro do Tesouro Nacional aos Correios deve ser inferior aos R$ 6 bilhões inicialmente cogitados pela estatal para cobrir o prejuízo acumulado de janeiro a setembro de 2025. Haddad destacou que, embora haja espaço fiscal para um aporte em 2025, a decisão ainda não está tomada e será condicionada à aprovação de um plano de reestruturação da empresa. O ministro explicou que o reforço de caixa pode ocorrer por meio de crédito extraordinário ou de um Projeto de Lei do Congresso Nacional, conforme a necessidade avaliada pela equipe econômica.
Além do aporte, o governo discute a possibilidade de combinar esse reforço com um empréstimo, cujo valor foi revisto para entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões, em substituição a uma proposta inicial de R$ 20 bilhões descartada pelo Tesouro devido ao alto custo dos juros. O empréstimo pode ser liberado ainda este ano, mas as negociações com os bancos seguem em andamento, o que dificulta um avanço rápido.
Haddad ressaltou a importância da reestruturação dos Correios para que qualquer apoio financeiro seja concedido. Ele afirmou que a estatal precisa passar por mudanças fundamentais para superar a crise fiscal e operacional que enfrenta. O ministro deu essas declarações após uma reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, na qual discutiram também projetos que o governo pretende que sejam aprovados antes da votação do Orçamento de 2026.
Os Correios registraram um prejuízo de aproximadamente R$ 6 bilhões até setembro de 2025, quase três vezes maior que o registrado no mesmo período em 2024, refletindo a severa crise que a empresa enfrenta, a qual motivou a busca por apoio financeiro do governo para garantir sua continuidade e sustentabilidade no curto prazo.
