Hospital Metropolitano aplica técnica inovadora para tratamento de malformação arteriovenosa cerebral e consegue salvar vida de paciente

Uma ruptura ocasionada por Malformações Arteriovenosas Cerebrais (MAV), que são extremamente raras e têm uma elevada taxa de mortalidade, trouxe Ana Paula da Costa Gomes, de 27 anos, ao Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, unidade gerenciada pela Fundação PB Saúde. Ana estava vivendo o pós-parto na cidade de Patos, no dia 31 de maio, aguardando a saída de sua bebê da UTI, e quando o momento do encontro finalmente chegou, ela teve uma ruptura na MAV e foi regulada para o Metropolitano, onde recebeu uma técnica pioneira no país, a embolização por via venosa, para tratamento da patologia. 


 
Ana é portadora de uma malformação arteriovenosa cerebral (MAV), que rompeu no período de puerpério. Segundo o neurocirurgião George Mendes, a MAV é um defeito na conexão entre vasos sanguíneos que causa um emaranhado anormal dos vasos e leva o sangue a fluir diretamente das artérias para as veias, quando deveria fluir pelos capilares. George afirma ainda que a gravidez e o puerpério podem, por vezes, causar um início súbito ou agravamento dos sintomas devido a alterações cardiovasculares, como aumento do volume sanguíneo e da pressão arterial.
 
Inspirado em salvar vidas, George utilizou uma técnica inovadora para realizar essa operação que requer muito tempo de estudo e prática em sua especialidade médica. “A técnica de embolização por via venosa é única no país e fomos nós que ajudamos a desenvolvê-la. A instituição dispõe de métodos cirúrgicos avançados, com a tecnologia moderna que é necessária para realizar esse tipo de procedimento, dispomos de uma hemodinâmica nova, de lâmpadas azuis na sala e do líquido embólico que é necessário para fechar essas malformações. O desfecho dela nada mais é do que um resultado do trabalho da equipe”, explicou o médico. 
 
“Ana Paula chegou entubada e em estado gravíssimo, tanto por alteração no nível de consciência, quanto pelo acometimento neurológico que foi bem extenso. Então ela chegou sedada e ficou em um período de vigilância, fazendo exames de imagens, antes da decisão pela neurorradiologia intervencionista, feita pelo Dr. George Mendes”, disse a médica Mayra Medeiros, coordenadora da UTI Neurológica.
 
Raybarbara Nascimento, coordenadora de enfermagem da UTI Neurológica, foi uma das especialistas que acompanhou todo o tratamento da paciente. De acordo com a enfermeira, durante o longo período em que a paciente permaneceu na UTI – 21 dias, houve uma força tarefa da equipe multiprofissional para que Ana Paula reagisse, e fosse curada sem muitas sequelas.
 
“Sentimos que foi um milagre, porque Ana saiu do tubo antes de 15 dias após a intervenção. Quando conseguimos acordar ela e tirá-la da ventilação mecânica, começou o trabalho voltado para a reabilitação. Então as equipes de enfermagem, fisioterapia, psicologia, terapia ocupacional e nutrição se reuniram para criar metas e estratégias que oportunizassem a melhor condição de reabilitação e Ana surpreendeu a todos nós. Além disso, outro ponto fundamental foi em relação à família. Tivemos esse cuidado de estar apoiando, por toda a situação dela, e quando ela foi extubada, a gente viu que tudo o que fizemos valeu a pena, que aquilo era digno do nosso trabalho, e isso nos engrandece”, disse Raybarbara.
 
Após passar 25 dias internada em tratamento, a paciente recebeu alta cercada por um corredor de aplausos na última sexta-feira (24). Para John Lenno Andrade, marido de Ana, ver sua esposa recuperada, apesar dos riscos envolvidos, foi um momento mágico. “O sentimento foi o melhor possível depois de tantos dias internada e com a aflição se tudo iria dar certo. O alívio e a felicidade tomaram conta de toda a família e amigos. O acolhimento do hospital foi sempre o melhor possível, nos sentimos desde o primeiro momento bastante seguros com todo o procedimento que Ana iria passar, principalmente, pela estrutura que o hospital oferece quanto pelos profissionais que são altamente qualificados”, afirmou John. 
 
Para o diretor superintendente da Fundação PB Saúde, Daniel Beltrammi, são casos como o de Ana que fazem os profissionais de saúde terminarem seu dia de trabalho com o sentimento de realização. “Dever cumprido e, acima de tudo, a satisfação em ver que o trabalho realizado em conjunto pela nossa equipe salvou a mãe, a esposa e a filha de alguém. Trabalhar com saúde é trabalhar com a vida, com amor e, acima de tudo, estar munido dos conhecimentos científicos e técnicos necessários para dar o melhor atendimento a cada pessoa que é colocada sob a nossa responsabilidade”, completou o superintendente.