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IBGE: 25 municípios concentram mais de um terço do PIB brasileiro

Vinte e cinco municípios concentraram 34,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2023, segundo a publicação PIB dos Municípios 2022–2023, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).[1] O levantamento, elaborado em parceria com órgãos estaduais de estatística, secretarias estaduais de governo e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), mostra que a economia brasileira permanece fortemente concentrada em um pequeno número de cidades: cem municípios reuniram 52,9% do PIB nacional em 2023.[1]

No topo do ranking estão São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, posições que essas três cidades ocupam desde o início da série histórica, em 2002, embora venham perdendo participação relativa ao longo dos anos, conforme observa o analista do IBGE Luiz Antonio do Nascimento de Sá.[1][2] Das 25 cidades com maior participação, 11 são capitais; nove pertencem ao estado de São Paulo; quatro, ao Rio de Janeiro; e uma, a Minas Gerais.[1]

A participação das capitais no PIB cresceu em 2023, chegando a 28,3% quando incluída Brasília, enquanto os municípios não capitais representaram 71,7% — uma leve reversão em relação a 2022, quando a participação das capitais havia sido a menor da série.[2] O avanço das capitais foi impulsionado principalmente pelo bom desempenho do setor de serviços; São Paulo registrou o maior ganho individual, com aumento de 0,4 ponto percentual, alcançando 9,7% do PIB nacional, seguido por Brasília, Porto Alegre e Rio de Janeiro, com acréscimos de 0,1 ponto percentual cada uma.[1][2]

O estudo também evidencia mudanças setoriais importantes: entre as 30 cidades que mais perderam participação no PIB, sete tiveram quedas relacionadas à extração de petróleo — incluindo os cinco primeiros da lista de perdas: Maricá (RJ), Niterói (RJ), Saquarema (RJ), Ilhabela (SP) e Campos (RJ) — e outras nove cidades com atividade principal na indústria de transformação registraram perdas.[1] Apesar do enfraquecimento relativo da atividade petrolífera em nível nacional, alguns municípios associados ao petróleo se mantêm no topo do PIB per capita porque novos campos entraram em produção em 2023, beneficiando localidades específicas, segundo o analista do IBGE.[1]

Saquarema (RJ) ficou na liderança do PIB per capita em 2023, com R$ 722,4 mil por habitante, e entre as capitais Brasília teve o maior PIB per capita, R$ 129,8 mil — valor 2,41 vezes superior à média nacional de R$ 53,9 mil.[1] No extremo oposto, o menor PIB per capita foi registrado por Manari (PE), com R$ 7.201,70; quatro das cinco menores posições ficaram em municípios do Maranhão: Nina Rodrigues, Matões do Norte, Cajapió e São João Batista, com valores próximos entre si e abaixo de R$ 9 mil.[1]

Os dados do IBGE tornam visíveis a elevada desigualdade territorial na geração de riqueza no país e apontam tendências relevantes para políticas públicas e planejamento regional: concentração econômica persistente em poucas cidades, crescimento relativo do setor de serviços favorecendo capitais e impactos assimétricos da atividade extrativa e industrial sobre a distribuição do PIB municipal.[2][4] Essas informações permitem acompanhar mudanças na participação dos municípios ao longo do tempo e identificar quais atividades econômicas estão por trás dos ganhos e perdas de cada localidade.[4]

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)

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