A cidade de Belém tornou-se o centro do mundo com o lançamento de um novo mapa-múndi invertido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), durante a COP30, realizada na capital paraense. Essa releitura cartográfica apresenta o hemisfério Sul na parte superior e o hemisfério Norte na parte inferior, deslocando o ponto de referência tradicional e posicionando o Brasil, especialmente o estado do Pará, e a Amazônia no centro da visão global.
A iniciativa busca valorizar Belém como capital simbólica do Brasil durante a COP30 e evidenciar a dimensão territorial da Amazônia Legal, que abrange nove estados brasileiros e países vizinhos que compartilham a maior floresta tropical do planeta. Segundo o presidente do IBGE, Marcio Pochmann, o mapa invertido representa um ato de descolonização cognitiva, questionando a forma tradicional como o espaço é representado e destacando o protagonismo da Amazônia e de seus povos nas discussões sobre o meio ambiente. Ao colocar o Pará no centro, o mapa propõe uma nova perspectiva geográfica e simbólica que reconhece a importância de diferentes territórios e realidades para a construção de um planeta mais equilibrado e sustentável.
O lançamento do mapa-múndi invertido ocorre em um momento de forte protagonismo do Brasil no cenário internacional, com a presidência brasileira do BRICS e do Mercosul, além de sediar a COP30, que é focada em avaliar os compromissos globais para combater as mudanças climáticas e preservar os ecossistemas naturais, em especial a Amazônia, cuja conservação é essencial para a mitigação do aquecimento global. Essa representação cartográfica reforça um posicionamento político de liderança do Brasil e dos países do Sul Global, destacando aqueles que historicamente foram invisibilizados nos mapas convencionais, e abre caminhos para uma nova geopolítica que valoriza a diversidade e a sustentabilidade do planeta.
