O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã deste sábado (22) em sua residência, localizada em um condomínio no Jardim Botânico, em Brasília. A operação foi conduzida pela Polícia Federal, que cumpriu mandado expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A prisão ocorreu sem algemas e sem exposição do ex-presidente, conforme determinação judicial, que ressaltou a necessidade de respeito à dignidade do réu.
A decisão de prisão preventiva foi motivada pela suspeita de que Bolsonaro tentou romper a tornozeleira eletrônica que usava desde que foi colocado em prisão domiciliar, em agosto deste ano. Segundo o ministro Moraes, a violação do dispositivo de monitoramento, registrada minutos após a meia-noite, indicaria a intenção do ex-presidente de fugir, especialmente diante da vigília convocada por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, em frente à residência. A reunião foi considerada pelo STF como potencialmente capaz de causar tumulto e facilitar uma tentativa de fuga.
Após ser detido, Bolsonaro foi levado à Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal, onde foi submetido a exame de corpo de delito. Ainda não houve execução da pena de 27 anos e três meses de prisão já imposta ao ex-presidente, condenado por tentativa de golpe de Estado. A decisão de prisão preventiva será submetida a referendo da Primeira Turma do STF em sessão virtual extraordinária marcada para segunda-feira (24).
A prisão de Bolsonaro repercutiu internacionalmente, sendo destaque em veículos como The Guardian, Le Monde, The Washington Post, Clarín e Al Jazeera. A imprensa estrangeira destacou a suspeita de que o ex-presidente poderia tentar se esconder em uma embaixada estrangeira para evitar a prisão, além da tentativa de violar a tornozeleira eletrônica. O caso também foi acompanhado com atenção pela comunidade internacional, que observa os desdobramentos políticos e jurídicos no Brasil.
Ainda segundo a decisão judicial, será realizada audiência de custódia por videoconferência neste domingo (23), na Superintendência Regional da Polícia Federal, e o réu terá atendimento médico em tempo integral. A prisão preventiva ocorre em meio a um cenário de intensa polarização política e jurídica no país, com repercussões imediatas tanto no Brasil quanto no exterior.
