# Incêndio interrompe negociações na COP30 em Belém
O intenso vai e vem dos participantes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, foi interrompido por volta das 14h desta quinta-feira (20 de novembro), quando gritos de “fire” começaram a ecoar pelos corredores da Zona Azul, a área oficial de negociações do evento. Equipes de segurança, incluindo bombeiros, passaram a orientar que as pessoas deixassem o local rapidamente, o que gerou uma correria e certo desespero entre os delegados internacionais presentes.
Como a Zona Azul é extensa, superando mais de um quilômetro entre o portão de entrada e as últimas salas de reunião, nem todos estavam entendendo o que acontecia nos primeiros minutos do incidente. O foco do incêndio se concentrou no Pavilhão dos Países, localizado próximo ao estande da China e a poucos metros da entrada principal da COP30. As chamas consumiram rapidamente a cobertura de pano que reveste os pavilhões, gerando fumaça intensa que se espalhou pelos corredores e salas de reuniões.
O Corpo de Bombeiros Militar do Pará, que possui uma base estrategicamente posicionada em frente ao local, respondeu à chamada de emergência com rapidez. O fogo foi controlado em menos de uma hora, com o relato inicial indicando que as chamas foram totalmente contidas por volta das 14h30. Para conter o incêndio, foram utilizados 244 extintores, mangueiras e um efetivo de 56 agentes do corpo de bombeiros que atuaram prontamente no rescaldo.
A causa exata do incêndio ainda está sendo investigada pelas autoridades competentes, mas as primeiras hipóteses apontam para uma possível falha em um gerador ou curto-circuito em algum equipamento eletrônico. O governador do Pará, Helder Barbalho, informou que o Corpo de Bombeiros trabalha com duas hipóteses principais: falha em um gerador ou curto-circuito em um stand. O ministro do Turismo, Celso Sabino, que estava presente no local durante o incidente, afirmou a jornalistas que os materiais utilizados no revestimento dos pavilhões da conferência possuem propriedades antichamas e são resistentes a incêndios, o que teria contribuído para controlar a propagação das chamas.
A evacuação foi conduzida de forma organizada, com seguranças da ONU formando um cordão de isolamento na área afetada. Parte da energia foi desligada para garantir a segurança dos participantes. Ambulâncias, viaturas do Corpo de Bombeiros e da Polícia Rodoviária Federal foram enviadas ao local como medida preventiva. Felizmente, não foram registrados feridos no incidente, conforme confirmado pela organização da COP30 e pelo governo do Pará.
O incêndio ocorreu em um momento crítico das negociações climáticas, quando delegações internacionais tentavam consolidar compromissos sobre financiamento climático e metas de neutralidade de carbono até 2050. A interrupção causou apreensão entre os organizadores e participantes do evento, gerando críticas quanto à segurança da infraestrutura montada para a conferência. A organização da COP30 anunciou que faria uma reavaliação completa da estrutura antes de permitir a reabertura da Zona Azul, com técnicos da ONU, engenheiros civis e autoridades locais trabalhando em conjunto nas inspeções das áreas afetadas.
Parte da estrutura onde estão localizados os pavilhões dos países foi completamente destruída pelas chamas. Após o incidente, delegados de diferentes países retornaram ao local, muitos relatando que haviam deixado documentos e pertences pessoais para trás durante a evacuação precipitada.
O ministro Celso Sabino reafirmou que todas as medidas de segurança foram cumpridas durante a emergência e que, embora grave, o incidente não compromete o andamento geral da conferência. Ele também enfatizou que o país acumula vitórias nesta edição da COP30, minimizando os impactos do ocorrido nas negociações internacionais sobre mudanças climáticas.
