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Investir no clima e meio ambiente estáveis previne mortes, aponta ONU

A sétima edição do Panorama Ambiental Global (GEO7), divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) em Nairóbi, evidencia que a falta de ação diante dos desafios ambientais e climáticos pode acarretar milhões de mortes prematuras e prejuízos econômicos significativos. O documento, que reúne a análise de 287 cientistas de 82 países, mostra que, se medidas urgentes e integradas não forem implementadas, o planeta enfrentará perdas sociais e econômicas sem precedentes.

O relatório indica que a adoção das recomendações apresentadas poderá evitar 9 milhões de mortes relacionadas à poluição, retirar 200 milhões de pessoas da subnutrição e 150 milhões da pobreza extrema. Essas transformações demandarão investimentos anuais da ordem de US$ 8 trilhões para alcançar a neutralidade de carbono até 2050 e para restaurar a biodiversidade. Em contraponto, a inação pode representar perdas de até 4% do PIB global até meados do século, além do aumento da migração forçada e da mortalidade ligada às mudanças climáticas.

O cientista Robert Watson, copresidente da avaliação do GEO7, destaca que será necessária uma transformação profunda e inovadora, que envolva os setores financeiro, econômico, energético, alimentar e ambiental, demandando mudanças comportamentais, tecnológicas e políticas em todo o espectro governamental e social. A diretora-executiva do Pnuma, Inger Andersen, reforça que os custos sociais e econômicos da inação são muito superiores aos investimentos necessários, ressaltando que, a partir de 2050, a economia global poderá lucrar até US$ 20 trilhões por ano graças às transformações ambientais.

Além do diagnóstico, o relatório sugere uma mudança nos critérios adotados para avaliar o progresso econômico, defendendo a superação do PIB como único indicador e a adoção de métricas que considerem saúde humana, capital natural e economia circular, bem como uma rápida política de descarbonização. As propostas também enfatizam que essas mudanças devem ser inclusivas e envolver a colaboração de todos os setores da sociedade para garantir um futuro sustentável e resiliente para o planeta.

O GEO7, ao apresentar cenários futuros e alternativas práticas, reforça a urgência de ações globais coordenadas e serve como base científica e política para fortalecer compromissos climáticos após eventos como a COP30, com o objetivo de reverter a trajetória de degradação ambiental e assegurar o bem-estar das gerações atuais e futuras.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)