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Israel anuncia restabelecimento do cessar-fogo após ataques a Gaza

O Exército israelense anunciou na quarta-feira, 29 de outubro de 2025, o restabelecimento do cessar-fogo na Faixa de Gaza após uma série de ataques que atingiram dezenas de alvos considerados terroristas. De acordo com o comunicado militar, essa ação veio em resposta a violações do Hamas, após as quais as forças militares de Israel neutralizaram cerca de 30 combatentes em posições de comando dentro do território palestino. O Exército reafirmou seu compromisso em respeitar o acordo de cessar-fogo, firmado há mais de duas semanas, mas alertou que responderá firmemente a qualquer nova infração do pacto.

Os ataques israelenses, ordenados pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu após reunião do Gabinete de Segurança, foram motivados por um incidente no sul de Gaza que resultou na morte de um soldado israelense, o que Israel atribuiu ao Hamas, embora o grupo tenha negado envolvimento e reafirmado seu compromisso com o cessar-fogo. Esses ataques causaram grande devastação humanitária: pelo menos 91 palestinos morreram entre a tarde de terça-feira (28) e quarta-feira, incluindo 24 crianças e sete mulheres, segundo informações das fontes médicas e da Defesa Civil da Faixa de Gaza. As áreas atingidas abrangeram desde o norte até o sul do enclave, afetando residências, escolas e bairros densamente povoados, como a Cidade de Gaza, Beit Lahia, Bureij, Nuseirat e Khan Younis.

As equipes da Defesa Civil enfrentaram condições extremamente difíceis para resgatar vítimas dos escombros, e o número de mortos pode aumentar devido a desaparecidos possivelmente soterrados. A tensão no território permanece alta, com disparos contínuos de colunas de fumaça visíveis em diversos pontos do enclave.

A retomada dos ataques israelenses aconteceu num contexto delicado de um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia, que fazia parte do plano de paz de 20 pontos proposto pelo presidente americano Donald Trump. O acordo previa, entre outras cláusulas, a devolução dos reféns israelenses pelo Hamas, meta parcialmente cumprida com a libertação de 20 reféns vivos e a troca de corpos de mortos por prisioneiros palestinos.

No entanto, a situação se agravou depois que o Hamas devolveu restos mortais de um refém, que foram identificados como pertencentes a um prisioneiro já recuperado anteriormente em 2023. Este episódio levou Israel a considerar que houve uma violação do acordo, principalmente após a morte do soldado em Rafah, mobilizando o governo israelense a reagir com força.

Por sua vez, o Hamas rejeitou as acusações de Israel, chamando-as de “alegações infundadas” e denunciando uma tentativa israelense de justificar novas ações agressivas.

O presidente norte-americano Donald Trump reiterou que “nada” ameaçaria o cessar-fogo, enfatizando a necessidade de o Hamas manter seu compromisso para preservar a paz na região, embora a situação continue volátil e o diálogo entre as partes ainda seja frágil.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)