Israel iniciou nesta segunda-feira (13) a libertação de quase dois mil prisioneiros palestinos, conforme estabelecido no acordo de cessar-fogo firmado com o movimento de resistência islâmica Hamas. O acordo previa a soltura de 250 palestinos condenados por assassinato e outros crimes graves, além de 1.700 detidos em Gaza desde o início do conflito, e a libertação de 22 jovens palestinos, bem como a entrega dos corpos de 360 militantes. De acordo com o Hamas, 154 desses prisioneiros foram deportados para o Egito. No entanto, os libertados não incluem comandantes de alto escalão do Hamas nem algumas figuras importantes de outras facções, fato que gerou críticas de familiares dos detidos.
Parte dos libertados chegou à Cisjordânia e à Faixa de Gaza em ônibus, logo após o Hamas ter liberado os últimos 20 reféns israelenses sobreviventes, mantidos desde os ataques de outubro de 2023. Os prisioneiros libertados foram recebidos com manifestações de alegria, exibindo cartazes com o símbolo da “V de Vitória”, e encaminhados para exames médicos.
Em uma nota oficial, o Hamas afirmou ter feito todos os esforços para preservar a vida dos prisioneiros palestinos, denunciando que estes foram submetidos a diversas formas de violações durante sua detenção, incluindo abusos, tortura e assassinatos. A libertação faz parte de um acordo maior, mediado pelos Estados Unidos, Egito, Catar e Turquia, que resultou em um cessar-fogo após mais de dois anos de conflito devastador em Gaza. O plano de paz, apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no final de setembro, contempla não somente a troca de prisioneiros, mas também a retirada gradual das tropas israelenses da Faixa de Gaza e a diminuição da ocupação territorial.
Enquanto a assinatura oficial do acordo ocorreu no Egito, com a presença de líderes mundiais, ainda existem questões em aberto, como a desmilitarização do Hamas e a governança futura de Gaza. O cessar-fogo e as trocas de prisioneiros são considerados um passo importante para o início da desescalada do conflito, mas os desafios para uma paz duradoura permanecem significativos, dado o histórico complexo da região e as divergências políticas e militares que ainda persistem.

