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João Fonseca antecipa fim da temporada para tratar de uma lombalgia

A temporada de 2025 ficará marcada na história do tênis brasileiro como o ano da ascensão meteórica de João Fonseca, um jovem de apenas 19 anos que ressignificou o que é possível para a nova geração do esporte no país. Nascido no Rio de Janeiro, Fonseca encerrou sua temporada mais cedo do que o esperado, mas não sem antes consolidar-se entre os 30 melhores tenistas do mundo, algo inédito para um brasileiro tão novo.

Após ser eliminado na segunda rodada do Masters 1000 de Paris para o experiente russo Karen Khachanov, o carioca anunciou sua desistência do ATP 250 de Atenas, na Grécia, por conta de uma lombalgia – dor que o levou a encerrar a temporada no circuito profissional e priorizar a recuperação. Com isso, Fonseca se despede das competições oficiais do ano, mas segue confirmado em um compromisso honroso: uma partida de exibição contra o número 1 do mundo, Carlos Alcaraz, em Miami, no dia 8 de dezembro, encontro simbólico entre dois jovens talentos que protagonizam a renovação do esporte.

A trajetória de Fonseca ao longo de 2025 surpreendeu especialistas e entusiastas do tênis. Ele iniciou o ano, aos 18 anos, como 145º do mundo, mas já no começo de janeiro conquistou o título do Challenger de Camberra, na Austrália, pulando para a 113ª posição. Ainda no mês de janeiro, estreou no Grand Slam do Australian Open, derrotando o russo Andrey Rublev, então top 10 mundial, em sua primeira partida em chave principal de um grande torneio. Com isso, ele entrou diretamente para o top 100, tornando-se o segundo mais jovem do mundo a alcançar a façanha, atrás apenas de Alcaraz.

O ATP 250 de Buenos Aires, em fevereiro, entrou para a história como seu primeiro título profissional na categoria principal, superando quatro argentinos em seus respectivos torros. O feito fez de Fonseca o mais jovem brasileiro campeão da Era Aberta no circuito masculino e o mais jovem sul-americano desde os anos 2000 a conquistar um título do ATP Tour. Sequências sólidas em Masters 1000, com destaque para os torneios de Indian Wells e Miami, confirmaram sua ascensão, com vitórias memoráveis em quadras duras e rápida adaptação às diferentes superfícies.

Nos Grand Slams, Fonseca mostrou que o talento só seria acompanhado pela maturidade: venceu Hubert Hurkacz, ex-top 10, em sua estreia em Roland Garros, chegando à terceira rodada. No gramado de Wimbledon, repetiu o desempenho, igualando a melhor campanha brasileira no torneio inglês em anos recentes.

O ápice viria em outubro, em Basileia, Suíça. Lá, Fonseca conquistou o maior título de sua carreira até agora: o ATP 500 – o maior feito do tênis masculino brasileiro em duas décadas, desde Gustavo Kuerten, tricampeão de Roland Garros. A conquista fez com que pulasse do 46º para o 28º posto do mundo, tornando-se o mais jovem entre os 30 melhores tenistas do planeta, com apenas 19 anos. Atualmente, Fonseca acumula 1.615 pontos no ranking, consolidando-se como líder de uma nova geração de tenistas brasileiros.

Ao longo da temporada, somou quatro títulos, incluindo Challengers, ATP 250 e 500, além de ajudar o Brasil na Copa Davis e na Laver Cup, onde foi decisivo para a vitória do Time Mundo sobre o Time Europa. Mesmo com o fechamento precoce da temporada, Fonseca termina o ano dentro do top 30 e com a certeza de ter superado todas as expectativas projetadas para um atleta em seu primeiro ano no circuito profissional.

A temporada de 2025 foi, para João Fonseca, muito mais que uma sucessão de recordes. Foi o ano de mostrar que o tênis brasileiro tem um novo astro, capaz de reescrever marcas históricas e, principalmente, reacender a paixão do público pelo esporte. Agora, a expectativa é de que o descanso auxilie na recuperação total da lombalgia e que, em janeiro de 2026, ele retorne ainda mais forte para defender o Challenger de Camberra e disputar o Australian Open, prometendo um novo capítulo em sua trajetória.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)