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Jornalista da TV Brasil conquista 2º lugar em prêmio do MPRS

**Reportagem premiada da TV Brasil alerta para riscos da internet na adolescência**

O episódio “Adolescência Conectada ao Perigo”, do programa *Caminhos da Reportagem*, produzido pela jornalista Carina Dourado e equipe da TV Brasil, conquistou o 2º lugar na categoria Prevenção e Enfrentamento à Violência, no Prêmio MPRS de Jornalismo 2025. O anúncio dos vencedores foi feito nesta sexta-feira (12), na sede institucional do Ministério Público do Rio Grande do Sul, destacando o impacto do trabalho jornalístico na conscientização sobre perigos digitais.

Exibido originalmente em outubro de 2025, às 23h na TV Brasil, o programa mergulha na relação entre grupos na internet e o aumento de casos de crianças e adolescentes envolvidos em crimes. No Brasil, 95% das crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos estão conectados à rede, o que representa cerca de 25 milhões de jovens. Plataformas como TikTok, Instagram, Facebook, Discord e X/Twitter possuem faixas etárias mínimas indicadas – de 14 a 18 anos –, mas o acesso é livre e sem fiscalização efetiva, expondo os menores a conteúdos perigosos.

Thiago Tavares, presidente da SaferNet Brasil, alerta que, por meio de um celular, os jovens acessam materiais de extrema violência, se conectam com criminosos e até são recrutados para atos bárbaros. Desafios virtuais incentivam automutilação, maus-tratos a pessoas e animais, além de comportamentos de risco. A psiquiatra Gianna Guiotti explica o desejo de pertencimento como fator chave: “O adolescente se submete a atitudes prejudiciais porque quer ser aceito”. Já a pediatra Evelyn Eisenstein, da Sociedade Brasileira de Pediatria, compara as redes sociais a uma “droga digital”, que ativa circuitos de prazer no cérebro, similar ao álcool, e pode levar a depressão.

O episódio traz casos reais para ilustrar os riscos. Em 2022, um jovem de 18 anos, ex-aluno de escola em Vitória (ES), planejou um ataque articulado em grupos online. Sua mãe relata mudanças drásticas: “Começou a se vestir de preto, se trancava no quarto conectado à internet e ficou mais irritado”. Em São Paulo, a delegada Lisandrea Colabuono, do núcleo de crimes cibernéticos, enfatiza o cyberbullying como gatilho para automutilações e suicídios. Nos últimos seis meses, a equipe monitorou 300 alvos e salvou mais de 120 vítimas, provando que “não existe anonimato na internet”.

Luiza Teixeira, especialista do Unicef, cobra mais responsabilidade das big techs: existem ferramentas eficazes para detectar e remover conteúdos de abuso, mas falta legislação que obrigue seu uso. A pediatra Eisenstein lista sinais de alerta para pais e educadores: isolamento repentino, interesse por violência, mudanças de comportamento, transtornos do sono e alimentação, vida sedentária, problemas de saúde mental, irritabilidade e agressividade.

Com produção de Patrícia Araújo e reportagem cinematográfica de Sigmar Gonçalves, o *Caminhos da Reportagem* reforça sua missão de viajar pelo país em busca de histórias instigantes, promovendo debates urgentes sobre proteção digital. O prêmio do MPRS consolida o episódio como referência no enfrentamento à violência conectada, incentivando ações preventivas em um cenário onde a internet é onipresente na vida dos jovens brasileiros.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)

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