O lançamento do foguete Hanbit-Nano a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, será transmitido ao vivo pela equipe da empresa sul-coreana Innospace, que desenvolveu o veículo espacial, com transmissão prevista para iniciar às 14h45 e decolagem estimada para as 15h45, horário de Brasília[1]. A janela de lançamento se estende até o dia 22 de dezembro, segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), que conduz a operação[3].
Trata-se do primeiro lançamento comercial de um veículo espacial a partir do território brasileiro, marco considerado um passo histórico para o Programa Espacial Brasileiro e para a abertura do Centro de Lançamento de Alcântara ao mercado de lançamentos comerciais[3][5]. O voo estava originalmente agendado para quarta-feira (17), mas foi adiado após a Innospace identificar, na verificação final dos sistemas, uma anomalia em parte do sistema de refrigeração do oxidante do combustível, o que motivou a substituição de componentes antes de uma nova tentativa[1][3][4]. A empresa afirmou que a alteração no cronograma é uma medida técnica resolvível com a troca dos componentes e que a decisão prioriza a segurança da operação[1].
Na preparação final, a FAB e a Innospace avaliam diversos sistemas e condições que podem adiar o disparo, incluindo pressões internas dos tanques, sistemas de ignição, softwares embarcados e condições meteorológicas como vento, chuva e descargas elétricas — fatores que historicamente são as principais causas de adiamentos de lançamentos em todo o mundo[3]. Durante o voo, a trajetória será monitorada e, se o veículo apresentar comportamento divergente do previsto, existe a possibilidade de interromper o voo de forma controlada conforme protocolos de contingência[3].
O chefe da Divisão de Operações do CLA, major engenheiro Robson Coelho de Oliveira, reforça que a segurança é a premissa máxima: a contagem é interrompida se houver qualquer risco antes do lançamento e, em caso de anomalia relevante durante o voo, há procedimentos para neutralizar o veículo de modo controlado[3]. O HANBIT-Nano tem cerca de 21,8 metros de comprimento, 1,4 metro de diâmetro e pesa aproximadamente 20 toneladas, e levará cargas à órbita baixa da Terra (LEO) a cerca de 300 quilômetros de altitude com inclinação de 40 graus[1][4][5].
A missão transporta satélites e dispositivos experimentais desenvolvidos por universidades, institutos de pesquisa, startups e empresas, com oito cargas úteis a bordo, entre elas instrumentos brasileiros e parcerias internacionais, que deverão atuar em diferentes áreas científicas e tecnológicas[5][3]. Se bem-sucedida, a missão não só coloca a Innospace como a primeira empresa privada sul-coreana a colocar satélites em órbita a partir do Brasil, como também pode atrair investimentos e fortalecer o papel do CLA como espaçoporto para o chamado “New Space”, ampliando oportunidades para o setor espacial brasileiro[2][6].
A operação segue sob coordenação da Força Aérea Brasileira, que tem conduzido os procedimentos da Operação Astrolábio — a parceria operacional entre entidades brasileiras e a Innospace para viabilizar o lançamento — e manterá avaliações até a janela de encerramento, podendo adiar a tentativa se qualquer sistema ou condição apresentar risco[2][3]. A comunidade científica e o setor espacial acompanham de perto o desfecho do lançamento, que representa um marco na inserção do Brasil no mercado global de serviços de lançamento.

