Home / Brasil e Mundo / Liminar mantém presença de professores em salas de leitura de SP

Liminar mantém presença de professores em salas de leitura de SP

Professores que atuavam nas Salas de Leitura da rede estadual de São Paulo e foram afastados após licenças médicas entre junho e setembro de 2025 deverão ser readmitidos, segundo decisão liminar da 8ª Vara de Fazenda Pública do estado. A medida, que atende a um pedido do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), amplia uma decisão anterior que já proibia esses afastamentos e estende a proteção por 120 dias em relação à decisão anterior, impactando cerca de 600 docentes afastados por motivos de saúde.

O juiz Josué Vilela Pimentel determinou a reintegração imediata dos profissionais desligados, estabelecendo uma multa diária de R$ 1 mil por professor, limitada a R$ 50 mil, caso a ordem não seja cumprida. Na decisão, o magistrado ressaltou que limitar a medida ao período posterior à liminar de 3 de outubro torna ineficaz a tutela judicial, considerando que situações idênticas ocorreram no período anterior e a penalização continuou sendo aplicada. Ele argumentou que permitir que docentes afastados por motivo médico permaneçam fora das funções viola princípios constitucionais e processuais, além de causar danos difíceis de reparar.

Para a Apeoesp, a decisão representa um importante precedente jurídico e um reconhecimento de que afastamentos motivados por questões de saúde não podem resultar em punições ou desligamentos dos professores. O sindicato também enfatizou que a medida é uma afirmação de direitos humanos e trabalhistas, especialmente relevante num contexto de sobrecarga e adoecimento da categoria.

As Salas de Leitura são espaços especiais de docência dentro da rede estadual, funcionam mediante apresentação de projeto didático e atendem estudantes do ensino fundamental, médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em muitas comunidades, essas salas correspondem à única biblioteca pública local, com acervos disponíveis para empréstimo aos estudantes e à comunidade escolar. O programa está presente em mais de três mil escolas, envolvendo quase seis mil profissionais, entre professores e bibliotecários. A Secretaria de Educação do estado tem 15 dias para cumprir a liminar a partir de 17 de outubro de 2025. Até o momento, a pasta não se manifestou sobre a decisão.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)