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Lula chama América Latina de zona de paz e critica intervenções

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou a defesa da soberania da América Latina e destacou a manutenção da região como “zona de paz” durante a cerimônia de entrega das credenciais a 28 novos embaixadores no Brasil, realizada nesta segunda-feira (20). Em seu discurso, Lula criticou as intervenções de países extrarregionais, ressaltando que tais ações podem causar mais danos do que benefícios e frisando o caráter pacífico, sem conflitos étnicos ou religiosos, do continente latino-americano.

Lula destacou que a América Latina passa por um momento de crescente polarização e instabilidade, o que torna essencial fortalecer o multilateralismo, baseado em relações pacíficas, comerciais e econômicas que respeitem a democracia e os direitos humanos. Segundo ele, os novos diplomatas receberão atenção especial do Itamaraty, como se fossem amigos antigos, para colaborar com uma política externa que valorize a cordialidade e o respeito mútuo. O presidente também mencionou eventos internacionais previstos para o Brasil em 2025, como a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e a Cúpula do Mercosul, reforçando o papel estratégico do país na arena global.

A manifestação recente do Brasil e da maioria dos países latino-americanos contra a movimentação militar externa na região do Caribe sinaliza a preocupação com a presença de forças estrangeiras, em particular o envio de navios, submarinos e militares dos Estados Unidos à costa da Venezuela. Esse posicionamento reflete a visão do governo Lula de que a região deve permanecer livre de intervenções que comprometam sua soberania e estabilidade.

Tradicionalmente, a entrega de cartas credenciais aos embaixadores é uma formalidade que legitima a atuação diplomática de representantes estrangeiros no país. Lula chamou atenção para a importância desse ato, que confere prerrogativas essenciais para que os embaixadores sejam reconhecidos oficialmente pelo Estado brasileiro e possam atuar plenamente em audiências e cerimônias oficiais.

O discurso de Lula está alinhado a uma visão estratégica de política internacional que prioriza a multipolaridade e o multilateralismo, buscando autonomia regional em face de pressões externas. O presidente argentino reforça a tese de que a América Latina precisa ser uma região independente, livre de imposições prepotentes de outros países, especialmente no contexto das recentes tensões políticas e militares envolvendo o Caribe e a Venezuela.

Desde o início de seu terceiro mandato, Lula já visitou 37 países e tem reforçado a presença do Brasil em instituições e blocos como BRICS, Mercosul, União Africana e União Europeia, enfatizando a necessidade de dar voz ao Sul global nas decisões multilaterais. Seu posicionamento contrasta com tentativas de ingerência estrangeira no continente e defende um modelo baseado no diálogo pacífico, na cooperação internacional e no respeito à soberania dos Estados latino-americanos.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)