Home / Brasil e Mundo / Lula cita feminicídios e cobra luta de homens contra a violência

Lula cita feminicídios e cobra luta de homens contra a violência

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um forte apelo nesta terça-feira (2) contra a violência de gênero, especialmente em relação aos recentes casos de feminicídio que têm causado comoção nacional. Durante evento em Ipojuca (PE), onde foi anunciada a expansão da Refinaria Abreu e Lima, Lula dedicou parte de seu discurso para falar sobre a urgência de uma mudança na postura dos homens diante da cultura de violência que ainda persiste no país.

O presidente afirmou que queria fazer um discurso direcionado aos homens, questionando o que se passa na cabeça de quem comete tamanha crueldade contra mulheres. Ele contou que a primeira-dama, Janja da Silva, tem chorado nos últimos dias ao acompanhar os noticiários sobre feminicídios e pediu a ele que assumisse uma luta mais contundente contra esse tipo de violência. Lula citou alguns dos casos mais trágicos ocorridos recentemente, como o de um homem que atirou contra a ex-companheira em São Paulo, outro que matou a esposa grávida e seus filhos em Recife, e ainda o caso de uma mulher que foi atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro, tendo as pernas amputadas.

Diante desses episódios, Lula questionou se o Código Penal brasileiro tem pena suficiente para punir tamanha brutalidade. “Não existe pena para punir um cara desse, porque até a morte é suave”, afirmou, reforçando que é preciso que haja um movimento nacional dos homens contra os agressores. Ele destacou que a responsabilidade não é apenas das escolas, mas de cada homem, que deve educar seus filhos, companheiros e amigos para que nunca se justifique ou pratique violência contra mulheres.

Feminicídio, crime considerado hediondo no Brasil, é o homicídio de uma mulher cometido em razão do seu gênero, geralmente decorrente de violência doméstica, menosprezo ou discriminação. A pena para esse crime varia de 12 a 30 anos de reclusão. Apesar das leis, o número de casos continua alarmante: somente em São Paulo, 207 mulheres foram assassinadas por feminicídio desde janeiro, além de milhares de registros de lesão corporal dolosa.

Lula lembrou que foi criado por uma mãe pobre, mas que sempre ensinou a ele e aos irmãos que homem não nasce para bater em mulher. Ele pediu lição de caráter, dignidade e respeito, convocando os homens a se unirem em uma campanha coletiva de conscientização. “A partir de agora, estou num movimento dos homens que vão começar a conscientizar esse país de que homem não nasceu para bater em mulher, para estuprar criança ou fazer violência. Levante a mão quem está comigo nessa luta. Nós vamos fazer uma campanha forte”, enfatizou.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)