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Lula disse a Trump que América Latina é zona de paz

Lula critica unilateralismo de Trump e defende diálogo para resolver tensão entre EUA e Venezuela

Belo Horizonte – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou forte repúdio ao unilateralismo do governo norte-americano na política externa em relação à Venezuela, qualificando-o como imposição da “lei do mais forte”. Em discurso nesta quinta-feira (11), durante o lançamento da caravana federativa em Minas Gerais, Lula lamentou que o presidente Donald Trump busque determinar as ações dos demais países pela força, em meio à escalada de tensões na região.

“O unilateralismo que o presidente Trump deseja é que aquele mais forte determine o que os outros vão fazer. É sempre a lei do mais forte”, declarou o mandatário brasileiro, que recentemente conversou por telefone com Trump sobre negociações para retirar sobretaxas impostas a produtos brasileiros. Lula revelou ter falado “muito” com o líder americano e expressou contrariedade com a crise envolvendo a Venezuela, enfatizando que o Brasil não deseja guerra na América Latina.

“Eu falei ao Trump que nós não queremos guerra na América Latina. Nós somos uma zona de paz”, ressaltou Lula, relatando que Trump mencionou o poder bélico dos Estados Unidos. Diante disso, o presidente brasileiro defendeu a supremacia da diplomacia sobre as armas. “Vamos tentar utilizar a palavra como instrumento de convencimento, de persuasão, para a gente fazer as coisas certas. Vamos acreditar que a palavra, diplomaticamente, é a coisa mais forte para resolver os problemas”, argumentou.

A crítica de Lula ocorre em um contexto de crescente atrito entre Washington e Caracas. Na quarta-feira (10), o governo venezuelano de Nicolás Maduro classificou como “roubo descarado” e ato de pirataria a apreensão de um petroleiro com cerca de 1,1 milhão de barris de petróleo por militares dos EUA em águas internacionais. “A política de agressão contra nosso país responde a um plano deliberado de saque de nossas riquezas energéticas”, afirmou nota oficial de Maduro.

Lula tem reiterado sua disposição para mediar o conflito, priorizando o diálogo e o multilateralismo em fóruns como a Cúpula dos BRICS e a Celac. Ele já havia condenado publicamente o despliegue militar americano no Caribe, com navios de guerra e submarinos nucleares próximos à costa venezuelana, como fator de tensão incompatível com a vocação pacífica da região. “Os problemas políticos não se resolvem com armas. Se resolvem mediante o diálogo”, enfatizou em ocasiões anteriores, propondo que os EUA ajudem na luta contra o narcotráfico em vez de recorrer à força.

A postura de Lula reflete a tradição brasileira de defesa da paz na América Latina e Caribe, consagrada pelo Tratado de Tlatelolco, e busca evitar uma escalada que ameace a estabilidade regional.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)

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