O presidente Lula e Vladimir Putin, presidente da Federação Russa, conversaram, na tarde desta segunda-feira (10), por telefone sobre o conflito na Ucrânia, o BRICS e o G20, informou o Kremlin.
De acordo com o governo russo, “foi expressado um interesse mútuo em aprofundar ainda mais a parceria estratégica, que está se desenvolvendo com sucesso, entre a Rússia e o Brasil”. Ambos concordaram em estreitar os diálogos sobre o BRICS e o G20, grupos presididos, em 2024, pela Rússia e Brasil, respectivamente.
O presidente Lula teria afirmado sua intenção de contribuir para a busca de acordos pacíficos para o fim da guerra entre russos e ucranianos, que se arrasta desde 2022, quando tropas da Rússia invadiram a Ucrânia, dando início ao maior conflito na Europa desde 1945. O governo brasileiro não divulgou nota sobre o telefonema.
No final de maio, Brasil e China assinaram uma declaração conjunta de negociação de paz para o conflito. De acordo com nota do governo brasileiro, Pequim e Brasília “apoiam uma conferência internacional de paz, que seja reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia, com participação igualitária de todas as partes relevantes, além de uma discussão justa de todos os planos de paz”.
A declaração foi divulgada após o assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, encontrar-se com o principal diplomata chinês, Wang Yi, a fim de discutir sobre “uma solução política para a crise na Ucrânia e a desescalada da situação”.
O ponto central entre os governos brasileiro e chinês é que a Rússia não deve ficar de fora de negociações para resolver o conflito. Uma conferência será realizada nos dias 15 e 16 de junho, na Suíça, sobre a guerra, mas Lula não deve participar porque a Rússia não foi convidada. O texto da proposta sugere que a China também não estará presente, apesar dos apelos do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, para que o país asiático participe do encontro.