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Lula inaugura ponte em Foz do Iguaçu e critica quem constrói “muros”

A nova ligação entre Brasil e Paraguai foi inaugurada nesta sexta-feira em Foz do Iguaçu, em cerimônia que reuniu autoridades e que, segundo o governo, marca uma nova etapa nas relações e no comércio entre os dois países. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a opção por integração em vez de isolamento, afirmando que enquanto algumas nações erguem muros, os povos sul-americanos preferem construir pontes[3].

A Ponte Internacional da Integração tem 760 metros de extensão e um vão-livre de 470 metros — apontado pelo governo como o maior do continente — e dispõe de duas pistas simples, cada uma com 3,6 metros de largura, ligando Foz do Iguaçu à cidade paraguaia de Presidente Franco[3][2]. A estrutura estaiada é sustentada por duas torres de 190 metros de altura, equivalentes a cerca de 54 andares, e foi concluída fisicamente em outubro de 2023, segundo o levantamento oficial[3][1].

O investimento total informado pelas autoridades foi de R$ 1,9 bilhão, com parte dos recursos provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e R$ 712 milhões aportados pela usina binacional Itaipu — dos quais R$ 372 milhões teriam sido destinados à construção da ponte estaiada e R$ 340 milhões às obras da Perimetral Leste até novembro de 2025[3][2]. O modelo de execução foi tripartite: o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) como órgão proprietário, o governo do Paraná como executor e Itaipu Binacional responsável pelo repasse dos recursos[3][2].

Segundo a Presidência, a liberação do tráfego será feita de forma gradual por causa da infraestrutura do lado paraguaio: nesta fase inicial serão autorizados caminhões sem carga e, em seguida, ônibus de turismo fretados; a previsão é de liberação total para veículos de carga apenas entre o fim de 2026 e o início de 2027, conforme comunicados oficiais citados pela imprensa[1][2]. A cerimônia contou com a garantia de atuação de Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Receita Federal na operação da nova travessia[3].

Autoridades destacaram o impacto econômico esperado: Lula afirmou que a via possibilitará incremento do comércio bilateral e que “vão transitar bilhões de dólares de interesse da economia brasileira e de interesse da economia paraguaia”, conforme divulgado pela Presidência[3]. A nova ponte é a segunda ligação viária sobre o rio Paraná entre Brasil e Paraguai, chegando seis décadas após a inauguração da Ponte da Amizade, cuja travessia atualmente registra cerca de 100 mil pessoas e 45 mil veículos por dia, segundo dados citados pela Receita Federal[3][1].

A obra teve longo percurso institucional: tornou-se prioridade estratégica integrada ao PAC em 2012, passou por licitações e pelo processo de licenciamento ambiental que resultou na licença do Ibama em fevereiro de 2017, passou a ter Itaipu como agente financiador em 2018, com início das obras em 2019 e conclusão física em 2023, de acordo com informações oficiais[3][2].

Durante o evento, o presidente do Paraguai, Santiago Peña, foi anunciado como responsável por inaugurar a parte correspondente ao lado paraguaio em ato previsto para o dia seguinte, quando também se realizaria uma cúpula de presidentes do Mercosul na cidade[1][3]. Fontes oficiais e reportagens citam que a inauguração teve pequenos problemas técnicos — como falha no microfone durante o discurso presidencial —, mas seguiu com as autoridades ressaltando a importância simbólica e prática da nova travessia[1].

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)

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