A passagem de um tornado de categoria F3 devastou o município de Rio Bonito do Iguaçu, no centro-sul do Paraná, na noite de sexta-feira, 7 de novembro de 2025. Com ventos que ultrapassaram os 250 quilômetros por hora, o fenômeno deixou um rastro de destruição sem precedentes nos últimos 40 anos, segundo autoridades estaduais. O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná confirmou que o tornado foi o responsável pelo cenário catastrófico.
Rio Bonito do Iguaçu, cidade de aproximadamente 14 mil habitantes a cerca de 400 quilômetros de Curitiba, foi praticamente arrasada. A Defesa Civil estima que 90% da área urbana do município sofreu danos substanciais na infraestrutura. Imagens aéreas mostram bairros inteiros com casas destelhadas, imóveis destruídos, postes de energia derrubados, além de prédios comerciais e silos industriais tombados. O colapso do sistema elétrico deixou mais de três mil imóveis sem luz, e o abastecimento de água também foi comprometido.
Foram registradas seis mortes — cinco em Rio Bonito do Iguaçu e uma em Guarapuava. As vítimas tinham idades que variavam entre 14 e 83 anos. Duas pessoas seguem desaparecidas e 432 ficaram feridas, sendo nove delas em estado grave. O hospital de Laranjeiras do Sul, cidade próxima, atendeu mais de 200 feridos e hospitais de outras cidades da região também intensificaram o atendimento para socorrer sobreviventes.
Subcomandante do Corpo de Bombeiros do Paraná, o coronel Jonas Emmanuel Benghi Pinto, descreveu o cenário como “de guerra”, com equipes de diversas regiões do estado trabalhando em busca e resgate. O governador Ratinho Junior destacou que muitas famílias perderam suas casas e tiveram de ser abrigadas em alojamentos improvisados pelo governo. Ele informou a decretação de estado de emergência para agilizar a reconstrução dos locais atingidos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou solidariedade às famílias das vítimas e anunciou o envio de uma equipe federal composta pela ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, pelo ministro interino da Saúde, Adriano Massuda, e técnicos da Defesa Civil. Em redes sociais, Lula afirmou que o objetivo da missão é prestar auxílio humanitário, socorro às vítimas e contribuir com os esforços de reconstrução, além de oferecer apoio médico por meio da Força Nacional do SUS.
A repercussão nacional levou autoridades a destacarem a importância da união entre esferas de governo e da sociedade civil para amenizar o sofrimento das pessoas atingidas. O tornado, gerado por um ciclone extratropical que afeta a região Sul do Brasil, causou danos materiais, mas também expôs a fragilidade de estruturas e a necessidade de ampliação de mecanismos de prevenção diante de eventos climáticos extremos, cada vez mais frequentes no país. Enquanto os trabalhos de resgate continuam, o foco das autoridades é garantir assistência imediata à população e traçar estratégias para a longa tarefa de reconstruir a vida nas cidades devastadas.
