No domingo, 2 de novembro de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou na Aldeia Vista Alegre do Capixauã, localizada dentro da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, em Santarém, no Pará. A visita, que integra uma série de compromissos oficiais ligados à preparação da COP30, teve como objetivo principal escutar as demandas dos povos indígenas da região e reafirmar o compromisso do governo federal com políticas públicas voltadas para essas comunidades.
A recepção ao presidente foi calorosa. Crianças da aldeia participaram da acolhida, e a cacique Irenilce Kumaruara conduziu Lula até a maloca, onde ocorreu uma roda de conversa com lideranças locais. Durante o encontro, ficou evidente a surpresa do presidente com a ausência de energia elétrica na comunidade. “Eu pensei que tinha energia, porque eu estou vendo uma luz acesa aqui, e eu vi que todo mundo se queixou de energia”, relatou Lula, destacando que a eletrificação será tratada como prioridade.
A cacique Irenilce Kumaruara apresentou ao presidente uma demanda concreta: levar energia elétrica para 4.338 famílias, o que corresponde a uma população de mais de 13 mil indígenas residentes na região. Lula foi enfático em sua resposta: “Hoje a energia é a coisa mais fácil para a gente fazer, porque a gente pode fazer placa solar, a gente pode preservar o ambiente, pode trazer energia para vocês, e eu prometo para vocês que vocês vão ter energia aqui na comunidade de vocês”. A promessa foi recebida com entusiasmo, refletindo o anseio por soluções práticas que melhorem a qualidade de vida e as condições de trabalho e estudo na aldeia.
Além da questão energética, a visita serviu para Lula vivenciar de perto os desafios enfrentados pelas famílias indígenas, desde o acesso à educação até a comercialização de seus produtos. O presidente ressaltou a importância de “ver com os próprios olhos e pegar na mão das pessoas para sentir como é que as crianças estudam, as condições, a alimentação que as crianças têm, o que produzem, para quem vendem, se tem mercado e como fazem para levar os produtos para vender em uma cidade”.
A presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joênia Wapichana, que acompanhou a agenda, salientou o avanço no processo de demarcação territorial das comunidades Vista Alegre e Escrivão, previsto para o primeiro semestre de 2026. Desde o início do terceiro mandato de Lula, o governo já homologou 16 novas terras indígenas, superando a meta estabelecida durante a transição.
Integraram a comitiva presidencial a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e a primeira-dama, Janja da Silva. A presença de autoridades federais reforçou a mensagem de que o governo busca estreitar o diálogo e garantir a execução de políticas estruturantes para os povos originários.
A visita presencial às comunidades indígenas do Pará marca não apenas uma agenda de compromissos, mas um gesto simbólico de reconhecimento das tradições, das lutas e das necessidades dessas populações. As promessas feitas pelo presidente, se cumpridas, têm potencial para transformar a realidade local, trazendo energia, dignidade e novas perspectivas para milhares de famílias que vivem na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns.

