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Macaé Evaristo estimula mulheres a disputar espaço em todos os lugares

Na véspera da 2ª Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem-viver, que deve reunir cerca de um milhão de participantes em Brasília, a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, destacou a importância da presença feminina em todos os setores da sociedade brasileira. Em discurso no seminário “Democracia: Substantivo Feminino”, promovido pelo Tribunal Superior Eleitoral, ela ressaltou a necessidade de desconstruir a ideia histórica que limita as mulheres, especialmente as negras, a papéis subalternos. Segundo a ministra, é fundamental criar condições para que as mulheres disputem e ocupem espaços em diferentes esferas, desde associações de moradores a cargos no Congresso Nacional.

Macaé Evaristo enfatizou a desigualdade entre os gêneros na política brasileira, recordando que, apesar da legislação eleitoral exigir que pelo menos 30% das candidaturas sejam femininas, essa cota não foi cumprida em 700 dos 5.569 municípios nas últimas eleições municipais. Ela destacou que as mulheres representam 53% da população do país e, portanto, deveriam ter uma presença proporcional nas assembleias legislativas e no Congresso, além de garantir cotas em diversas instituições públicas, incluindo o Judiciário. Outro ponto importante para a ministra é a ampliação do financiamento público de campanha para mulheres, facilitando sua participação política.

Ao comentar sua trajetória, Macaé rebateu críticas à suposta rapidez de sua carreira ao assumir o ministério, pontuando que construída seu caminho ao longo de mais de 20 anos como educadora, gestora e política. Para ela, o preconceito que desvaloriza a trajetória das mulheres persiste como um obstáculo à ascensão feminina.

A Marcha das Mulheres Negras, que ocorre justamente para lutar pela dignidade e o bem-viver dessas mulheres, também aborda a urgente pauta de combate à violência doméstica, especialmente contra mulheres assassinadas por seus parceiros. A mobilização busca um novo modelo de sociedade, livre da marginalização, do racismo e do feminicídio.

A jornalista e pesquisadora Cibele Tenório, presente no evento, reforçou a importância histórica das mulheres negras na conquista do direito ao voto no Brasil, destacando lideranças como Almerinda Gama, que ao longo do início do século XX foram pioneiras na luta pelo sufrágio feminino. Sua trajetória, pouco conhecida, é retratada no livro “Almerinda Gama: a sufragista negra”, que celebra esses passos fundamentais para a cidadania das mulheres no país.

A marcha representa, portanto, um momento simbólico e político de reafirmação da luta das mulheres negras por reparação histórica, justiça social, direitos humanos e uma participação equitativa em todos os espaços de poder e decisão no Brasil.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)
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