## Operação Massiva de Segurança Detecta Milhares de Drones Irregulares na COP30 em Belém
A Polícia Federal divulgou nesta terça-feira (18 de novembro) dados alarmantes sobre a presença de aeronaves não tripuladas em áreas restritas durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em Belém. Entre 31 de outubro e 15 de novembro, o sistema de monitoramento identificou 2.270 drones operando sem autorização em zonas sensíveis da capital paraense, com bloqueio bem-sucedido de 184 tentativas de voo proibido.
A operação de vigilância e defesa do espaço aéreo é conduzida pelo Centro Integrado de Controle de Aeronaves Remotamente Pilotadas e Contramedidas (CIC-ARP/CM), estrutura coordenada pela Polícia Federal em parceria com as Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica – além de outros órgãos de segurança pública. A iniciativa reflete a magnitude dos desafios enfrentados para garantir a integridade de um evento de importância global em um contexto urbano complexo.
Os números parciais revelam a intensidade das tentativas de invasão do espaço aéreo restrito. Nas vésperas da Cúpula de Líderes, realizada nos dias 6 e 7 de novembro, a PF havia já detectado 316 drones não autorizados e impedido 31 sobrevoos irregulares. Apenas durante esses dois dias de abertura da conferência, foram identificadas 237 aeronaves, com 27 neutralizações realizadas. A sequência de números demonstra um padrão persistente de violações às restrições impostas.
As áreas protegidas incluem pontos estratégicos de alta relevância. O Aeroporto Internacional de Belém, o Parque da Cidade – onde ocorrem os principais eventos da conferência – os portos Miramar e Outeiro, além de todas as rotas de deslocamento do presidente da República e da comitiva oficial, permaneceram sob vigilância constante. O Parque da Cidade, local emblemático do evento, teve proibição de drones estabelecida para todo o período de 3 a 21 de novembro.
Para conter as tentativas de invasão, as equipes de segurança empregam tecnologia de ponta. O equipamento de detecção consegue identificar aeronaves não tripuladas em um raio de até 10 quilômetros, enquanto os sistemas de neutralização atuam em até 2 quilômetros de distância. O arsenal inclui tecnologias de interferência de sinais, conhecidas como jammers, além de sistemas de controle remoto sofisticados capazes de interromper ou assumir o comando de drones em voo. Essas ferramentas visam tanto coibir atividades ilícitas quanto garantir a segurança de autoridades, delegações e participantes do evento.
A Polícia Federal reforça que a operação de qualquer aeronave remotamente pilotada sem autorização configura infração administrativa grave. O descumprimento das normas pode evoluir para crime previsto na legislação penal e aeronáutica, sujeitando os operadores a sanções civis, criminais e administrativas. A legislação vigente prevê punições rigorosas para tais violações, refletindo a seriedade com que o Estado trata questões de segurança aeronáutica em eventos de grande relevância.
O monitoramento, que permanecerá ativo até o encerramento da COP30, representa um esforço coordenado sem precedentes no país. Mais de 3 mil militares foram mobilizados para a proteção do espaço aéreo, operando com aviões e sistemas de sensores avançados. O espaço aéreo foi dividido em três zonas concêntricas: uma área de exclusão vermelha com raio de 7,5 quilômetros onde qualquer voo civil é terminantemente proibido, uma zona amarela de acesso controlado com aproximadamente 111 quilômetros onde voos requerem autorização prévia, e uma área de supressão no centro de convenções onde absolutamente nenhum voo é permitido exceto em missões de emergência.
As ações de monitoramento e neutralização continuarão sendo executadas pela Polícia Federal nos dias restantes da conferência, garantindo a proteção integral do evento e a segurança de todos os participantes envolvidos nesta crucial discussão sobre mudanças climáticas.

