Chefes de Estado, líderes de governo e representantes de mais de 70 países estão reunidos em Belém para a Cúpula do Clima, que ocorrerá nos dias 6 e 7 de novembro, antecedendo a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), prevista para o período de 10 a 21 de novembro na mesma cidade. O encontro reúne uma centena de representantes diplomáticos na capital paraense com o objetivo de atualizar e fortalecer compromissos multilaterais diante da urgência da crise climática global.
A abertura oficial da cúpula foi feita pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que conduziu a cerimônia no final da manhã do primeiro dia. A programação inclui plenárias voltadas a temas como “Clima e Natureza, Florestas e Oceanos”, e discursos de centenas de chefes de delegações dos países participantes. Lula também realizou reuniões bilaterais estratégicas, entre elas com o presidente da França, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer.
Durante a cúpula, Lula lançou o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), uma iniciativa destinada a apoiar financeiramente países que mantêm florestas tropicais, como o Brasil e outras oito nações amazônicas, reforçando a importância da preservação desses biomas para o equilíbrio climático global. O lançamento contou com um almoço oficial que reuniu as lideranças presentes.
A Cúpula do Clima busca conferir peso político às negociações que acontecerão na sequência na COP30, evento que se realiza anualmente em diferentes países desde 1995 e tem como missão implementar a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), firmada em 1992 na Rio-92. A meta maior é estabilizar a concentração de gases do efeito estufa na atmosfera e limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C até o final do século, acelerando compromissos e medidas já negociados, especialmente desde a COP de Paris, em 2015.
Esta será a primeira vez que o Brasil sediará uma COP na região da Floresta Amazônica, um dos biomas mais importantes para a regulação climática mundial. O presidente Lula destacou que discutir a Amazônia no coração de sua biodiversidade trará uma nova perspectiva mais concreta e sensível sobre as questões ambientais, incluindo os direitos e a vida dos povos indígenas e ribeirinhos que habitam a região.
A participação dos mais de 70 chefes de delegações, entre presidentes, primeiros-ministros, vice-presidentes, ministros e representantes de alto nível, além de embaixadores e autoridades internacionais, demonstra a grande relevância política do encontro. Entre os presentes estão, por exemplo, presidentes como Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), Emmanuel Macron (França), e também líderes do Reino Unido, Alemanha, Espanha, Austrália, além de representantes de organizações como a União Africana, União Europeia e Nações Unidas.
O evento é realizado no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém, que tem registrado intensa movimentação de participantes e imprensa. A expectativa é que o encontro de líderes contribua para alinhar estratégias e aumentar o financiamento climático global, com metas ambiciosas para o combate às mudanças climáticas e a proteção das florestas tropicais, consideradas essenciais para o futuro do planeta.

