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Maratona circense no Museu do Pontal valoriza arte popular no Rio

Um fim de semana repleto de magia, arte popular e encantamento circense tomou conta do Museu do Pontal, no Rio de Janeiro, celebrando não só o Dia das Crianças, mas também os quatro anos da nova sede do museu, na Barra da Tijuca. A programação especial, batizada de “A Magia do Circo”, reuniu mais de 15 atrações, incluindo espetáculos, oficinas, brincadeiras e intervenções, das 10h às 18h, transformando o museu em um verdadeiro picadeiro de cultura popular.

O palco montado na praça-jardim do museu se tornou um ponto de encontro para famílias e amantes das artes. Destaque para a apresentação solo do palhaço Biribinha, interpretado por Teófanes Silveira, homenageado da festa e reconhecido, em 2023, como Patrimônio Vivo de Alagoas e Mestre das Artes Brasileiras pela Funarte/MinC. Pela primeira vez no museu, o pesquisador e brincante Francisco Gomide levou ao público o espetáculo “Alecrim no Olho da Rua”, resgatando a tradição da companhia familiar Carroça de Mamulengos, criada em Brasília em 1977. O repertório de músicas populares, a dramaturgia e o colorido das manifestações circenses fizeram parte do roteiro, que incluiu ainda o “Mirabolante Homem Bola” e o “Circo-Teatro Saltimbanco”, da tradicional família Cericola, de Niterói.

Além dos espetáculos, os visitantes tiveram a última chance de conferir a exposição “O Circo Chegou!”, que encerra nesta maratona. Com obras do acervo do museu e fotografias de nomes como Pierre Verger e Walter Firmo, a mostra explorou o universo lúdico e simbólico do circo brasileiro, dialogando com manifestações culturais como Folia de Reis e Bumba Meu Boi. Entre as atrações, o público também pode admirar o “menor circo do mundo”, obra da artista pernambucana Socorro Rodrigues, além de conjuntos de personagens feitos pelos artistas Antônio de Oliveira e Adauto, com bandas de música, equilibristas e bailarinas. Angela Mascelani, diretora do museu, garantiu que, apesar do fim desta exposição, o circo permanecerá como tema central na programação do Pontal, por ser caro tanto aos artistas quanto ao público.

O Museu do Pontal ganha destaque por ser o maior e mais importante museu de arte popular do Brasil, com mais de 9 mil peças de 300 artistas brasileiros, coletadas ao longo de 45 anos pelo designer francês Jacques Van de Beuque. O diretor executivo do museu, Lucas Van de Beuque, lembrou os desafios enfrentados na antiga sede, no Recreio dos Bandeirantes, onde enchentes ameaçavam o acervo. “Cada ano é muito especial diante dos desafios que a gente teve para estar na nova sede e salvaguardar o acervo”, disse ele, revelando que, nos últimos quatro anos, o museu recebeu mais de 300 mil visitantes, ou seja, quatro vezes mais do que no endereço anterior. Foram realizadas 20 exposições, com mais de 2 mil artistas e 850 espetáculos e oficinas.

A nova sede, projetada para ser um museu-praça, democrático e aberto à diversidade cultural, é vista como um modelo de sucesso, com patrocínio de grandes empresas e da prefeitura do Rio de Janeiro. Com o apoio da lei federal de incentivo à cultura, o museu já planeja as comemorações dos 50 anos de fundação e dos cinco anos da nova sede. O endereço é Avenida Célia Ribeiro da Silva Mendes, 3.300, Barra da Tijuca, aberto de quinta a domingo, das 10h às 18h.

Em resumo, a maratona circense no Museu do Pontal não apenas celebra o universo lúdico do circo e a data dedicada às crianças, mas também reforça o papel do museu como guardião da cultura popular brasileira, espaço de encontro, memória e festa, onde artistas e público se reúnem para manter viva a história, a alegria e a tradição das artes que fazem parte da identidade nacional.