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Marina Silva destaca avanços na COP30, mas reconhece progresso modesto

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém, concluiu sua programação com um balanço marcado por avanços considerados modestos, mas significativos, no enfrentamento da crise climática. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou em seu discurso de encerramento que, apesar dos desafios e da ausência de consenso em pontos cruciais, a comunidade internacional avançou na cooperação e no reconhecimento de grupos essenciais à conservação ambiental, como os povos indígenas e comunidades tradicionais. Ela ressaltou que a transição justa recebeu maior atenção, ganhando voz e corpo com a participação desses segmentos na conferência.

Um dos principais resultados positivos foi o acordo climático firmado sob a presidência brasileira da COP30, que prevê o aumento do financiamento destinado às nações mais vulneráveis ao aquecimento global, incluindo o compromisso dos países desenvolvidos em triplicar os recursos para adaptação às mudanças climáticas até 2035. Além disso, foi lançado o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), concebido como um mecanismo inovador de valorização daqueles que protegem as florestas tropicais, com adesão inicial de cerca de 50 países e aportes confirmados na ordem de US$ 5,5 bilhões, com uma meta de mobilizar US$ 125 bilhões nos próximos anos.

No entanto, a ministra lamentou que o documento final da COP30 não tenha incluído uma menção explícita à necessidade de descontinuação dos combustíveis fósseis, um tema considerado fundamental para o combate ao aquecimento. Apesar disso, Marina Silva assegurou que a presidência brasileira está comprometida em avançar na elaboração de roteiros para a transição energética e o fim do desmatamento, temas que deverão ser abordados em futuras negociações.

O evento também registrou 122 países apresentando suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), mostrando compromissos concretos para reduzir emissões até 2035, o que representa um avanço para o multilateralismo climático, mesmo que algumas nações ainda não tenham enviado seus planos.

Marina Silva emocionou-se ao ser ovacionada de pé pelos delegados presentes, ao fazer um paralelo entre esta edição da conferência e a Rio-92, enfatizando que, apesar das expectativas maiores, o essencial é que a humanidade continua viva e deve persistir na jornada para superar as divergências e lutar contra as mudanças climáticas. A ministra agradeceu aos participantes pela presença em Belém, reconhecendo que o acolhimento poderia ter sido melhor, mas que foi feito com amor à humanidade e ao equilíbrio do planeta.

O estado do Pará, anfitrião da conferência, apresentou resultados concretos na redução das emissões de carbono, com 38 milhões de toneladas de CO2 evitadas em 2023 comparado à média histórica entre 2018 e 2022, resultado de políticas focadas na redução do desmatamento e na promoção de uma produção agropecuária mais sustentável. A meta é ampliar esse impacto, com a expectativa de evitar ou reduzir cerca de 260 milhões de toneladas de CO2 no período de 2023 a 2027.

Assim, a COP30 representou um marco importante para o Brasil e o mundo na construção de caminhos para o desenvolvimento sustentável, embora permaneça o reconhecimento da necessidade urgente de acelerar as ações para limitar o aquecimento global a 1,5°C e salvaguardar o futuro do planeta.

Fonte: Agência Brasil – Matéria Original (Clique para ler)
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