Uma nova acusação foi formalizada nesta quinta-feira (5) contra o médico Fernando Cunha Lima, que está sob investigação por suspeita de abusar sexualmente de crianças em João Pessoa. Desta vez, a denúncia foi feita pela mãe de um menino de três anos, que alegou que seu filho teria sido abusado pelo médico em diversas consultas.
Em conversa com o Portal MaisPB, o advogado das vítimas, Bruno Girão, revelou que aguarda os depoimentos de mais três mães, que confirmaram a intenção de prestar queixa contra o pediatra na próxima semana.
“O próximo passo é a intimação do acusado para que seja ouvido. Estamos na expectativa de ouvir três novas vítimas nos próximos dias. As mães já se comprometeram a denunciar, e agora estamos apenas aguardando a definição de data e horário para os depoimentos”, declarou Girão.
O advogado também informou que as novas denúncias serão encaminhadas como processos independentes, e mencionou que alguns casos já estão em fase inicial de investigação.
“Trata-se de processos distintos. O primeiro caso, que deu origem ao pedido inicial de prisão preventiva — negado pela Justiça —, já está sob recurso. Além disso, a decisão não apenas negou a prisão, mas também a produção de provas. A investigação desse primeiro caso foi finalizada, mas outras apurações estão em andamento”, concluiu.
Sobrinha da esposa de pediatra acusado de estupro faz nova denúncia contra médico: ‘estar do lado das outras vítimas’
Uma nova vítima do pediatra Fernando Cunha Lima, acusado de abuso sexual infantil, prestou depoimento à Polícia na terça-feira (3). A quadrinista Thaís Gualberto, sobrinha da esposa do médico, relatou ter sido abusada aos 7 anos de idade. Hoje, com 38 anos, Thaís decidiu quebrar o silêncio para encorajar outras vítimas a denunciarem.
Em entrevista à TV Cabo Branco, ela afirmou: “É como se eu tivesse me libertado de um segredo muito antigo, mas o mais importante é estar do lado das outras vítimas. Mesmo que o crime já tenha prescrito, essa é minha maneira de ajudar.”
Fernando Cunha Lima, pediatra renomado em João Pessoa, é acusado de ter abusado de crianças durante consultas, sendo a maioria delas pacientes desde bebês. Outras duas sobrinhas do médico também afirmaram ter sido vítimas de abuso, mas, devido à prescrição dos crimes, atuam como testemunhas no caso.
Segundo depoimentos colhidos pela Polícia Civil, os abusos aconteciam dentro do consultório, geralmente durante procedimentos como a ausculta do pulmão, quando o médico obstruía a visão das mães. Thaís revelou que o abuso aconteceu em 1993: “Eu tentei me convencer de que era coisa da minha cabeça, porque ele era parte da minha família.”
Em 26 de agosto de 2024, a Justiça aceitou a denúncia contra Fernando Cunha Lima, mas negou o pedido de prisão preventiva, argumentando que os indícios não constituem provas concretas suficientes. No entanto, um novo inquérito foi aberto para investigar novas acusações. A defesa do médico informou que só se manifestará nos autos, por se tratar de um processo sigiloso.